Alta do dólar favorece agronegócio, mas esvazia no bolso do trabalhador; entenda

A alta do dólar segue impactando a economia brasileira, mesmo com a moeda em queda de 2,32%, cotada a R$ 6,12. A desvalorização interrompeu uma sequência de cinco dias consecutivos de alta.

Alta do dólar favorece agronegócio, mas esvazia no bolso do trabalhador; entenda. Imagem: Jeane de Oliveira/FDR

A intervenção do Banco Central (BC) foi crucial para conter a alta do dólar, realizando dois leilões que somaram US$ 8 bilhões. Apesar disso, a moeda americana chegou a atingir R$ 6,30 durante a tarde, marcando um recorde antes de recuar.

No acumulado de 2023, o dólar registra alta de 26,18%, saindo de R$ 4,85 em janeiro. Essa valorização intensifica os custos para as empresas e reduz o poder de compra das famílias, afetando diversos setores da economia de maneira desigual, segundo o economista Silvio Campos Neto.

Como a alta do dólar afeta o bolso do trabalhador?

A alta do dólar não afeta apenas os preços dos produtos importados, mas também encarece os bens industrializados, já que muitos dependem de insumos cotados em moeda estrangeira. Esse cenário pesa diretamente no bolso do consumidor.

Para as empresas, a alta do dólar representa um desafio ainda maior. Além de impor os custos de produção, ela eleva o valor das dívidas em moeda estrangeira, especialmente para aqueles que não possuem proteção cambial, aumentando o risco de desequilíbrios financeiros.

Alta do dólar impacta agronegócio

A alta do dólar pode trazer benefícios para setores como o agronegócio e a indústria extrativa, que possuem grande parte de sua receita atrelada à moeda americana, explica o economista. Esses segmentos conseguem aproveitar a valorização cambial para ampliar seus ganhos.

Para grandes exportadores, a alta do dólar representa uma relação de perdas e ganhos. Embora o lucro em reais aumente devido às vendas externas em dólares, os custos de insumos importados, como máquinas e fertilizantes no agronegócio, também se elevam, diminuindo a margem de lucro.

Ainda assim, o agronegócio costuma sair em vantagem. Por exportar muito mais do que importa, o setor consegue compensar os custos adicionais, beneficiando-se da flexibilidade no fluxo de caixa para equilibrar as operações.