LDO 2025: Tudo que você precisa saber sobre o Orçamento do governo para 2025

Na última quarta-feira (18) foi aprovado pelo Congresso Nacional a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025. Nela contém tudo o que o governo federal pode gastar no próximo ano, e inclusive o limite de valor que pode ser ultrapassado além do teto inicial. 

orçamento 2025
LDO 2025: Tudo que você precisa saber sobre o Orçamento do governo para 2025
(Foto: Jeane de Oliveira/FDR)

A LDO 2025 serve como um norteador para que o governo federal siga no próximo ano. Representa o quanto pode ser gasto durante todo os próximos 365 dias, considerando investimentos, pagamento de dívidas públicas, novas compras e novas despesas. 

Há, porém, um valor limite que pode ser ultrapassado dessa quantia bilionária. A ideia do Congresso Nacional foi aprovar um projeto de lei que trouxesse metas fiscais flexíveis, dessa forma o poder público não precisa ser responsabilizado por um possível aumento de gastos. 

Principais pontos da LDO 2025

Confira a seguir os principais pontos que foram trazidos por meio da aprovação da LDO 2025. 

Déficit zero

De acordo com a previsão da Lei de Diretrizes Orçamentárias, o governo federal deve alcançar um déficit ou superávit zero em 2025. Mas o que isso significa?.

O défict nominal zero defende que o governo aumente o superávit primário, ou seja, a diferença entre o que gasta e o que arrecada, ao longo do ano. A proposta para 2025 é de que haja um equilíbrio entre contas a pagar, e valores a receber. 

No entanto, há uma margem de tolerância de R$ 30,97 bilhões. Logo, mesmo que o governo termine o ano com um saldo negativo dentro de R$ 30,97 bilhões não há responsabilização. 

Neste ano o governo federal passou a trabalhar com a possibilidade de haver um déficit de tolerância. É como se o poder público tivesse um descanso da fiscalização de valores, e pudesse se preocupar menos em congelar gastos. 

Emendas parlamentares

Um dos principais pontos trazidos pela LDO 2025 é sobre as emendas parlamentares. Foi decidido que o governo federal poderá suspender o pagamento de emendas PIX em situações em que as regras para a liberação não sejam cumpridas.

Para maior controle e fiscalização do dinheiro público, os autores das emendas individuais deverão informar previamente o plano de trabalho, incluindo objeto e valores, antes de executar as transferências.

Essas emendas normalmente são pedidos de verba que deputados e senadores fazem ao governo federal para um caso específico. Por exemplo, para ajudar na cidade X ou Y, investindo em saúde, educação, transporte e outros. 

 

A medida caminha de acordo com um pedido já feito pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Flávio Dino, que determinou que:

  • as verbas parlamentares sejam corrigidas ano a ano por critérios menos vantajosos;
  • um plano de trabalho para a destinação da verba seja apresentado antes do pagamento das emendas;
  • indicações para emendas de comissão sejam feitas por qualquer parlamentar, e não apenas pelos líderes, e com identificação nominal do autor do repasse.

Valor do salário mínimo para 2025

Também foi aprovado o valor do salário mínimo de 2025, que cresce de R$ 1.412 para R$ 1.502. No entanto, para chegar a esse valor foi preciso considerar que o resultado do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) ficaria abaixo de 4% em 2024. 

Acontece que alguns indicativos mostram que o valor da inflação deve chegar a 4,84%. Se a quantia se confirmar o valor de R$ 1.502 vai ficar abaixo do atual cálculo de reajuste do piso que leva em conta:

  • INPC de 2024 + PIB (Produto Interno Bruto) de 2023 que ficou em 2,9%. 

Junto ao pacote de metas fiscais o governo federal enviou para o Congresso uma medida que corta o reajuste do salário mínimo em 2,5% acima da inflação. Ainda não se sabe se vai haver aprovação. 

A LDO também traz projeções de crescimento de 2,8% para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 e previsão que a inflação feche o próximo ano em 3,10%.

Despesas isentas de congelamento

Também foi aprovado que determinas despesas fiquem livre do congelamento de gastos, ou seja, os recursos dedicados a elas não poderão ser bloqueados. 

Ao todo, foram incluídas 19 despesas. Entre elas estão:

  • Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa);
  • Ensino Profissional Marítimo;
  • Sistema de Fronteiras;
  • Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal;
  • análises para outorga de títulos minerários e com a fiscalização da lavra de recursos minerais estratégicos;
  • aquisição e distribuição de alimentos da agricultura familiar para promoção da segurança alimentar e nutricional;
  • defesa agropecuária;
  • seguro rural;
  • apoio às populações indígenas;
  • programas de proteção aos defensores de direitos humanos, a crianças e adolescentes ameaçados de morte e a vítimas e testemunhas ameaçadas;
  • Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente;
  • Fundo Nacional do Idoso;
  • Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações;
  • prevenção e mitigação de desastres naturais;
  • educação superior na rede federal de ensino;
  • Programa Nacional de Vacinação em Escolas Públicas.

Fundo partidário

As verbas dedicadas a atividades de funcionamento dos partidos políticos, chamadas de fundo partidário, tiveram a continuidade da correção do fundo partidário pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

YouTube video player
Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com
Sair da versão mobile