O Governo Federal propôs uma nova fórmula para calcular o reajuste anual do salário mínimo, o que pode resultar em um aumento menor do que o esperado para milhões de brasileiros. A mudança, que ainda precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional, foi anunciada em um pronunciamento do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Com a nova regra, o crescimento do salário mínimo seria limitado a 2,5% acima da inflação, independentemente do crescimento econômico do país. Essa mudança significaria um aumento menor em comparação com a fórmula atual, que considera a inflação mais o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos dois anos anteriores.
A especialista Lila Cunha, colaboradora do FDR, comenta mais sobre o salário mínimo, confira.
Quem será afetado?
De acordo com matéria do G1, a alteração no cálculo do salário mínimo impactaria diretamente milhões de brasileiros, incluindo:
- Trabalhadores com carteira assinada: aqueles que recebem o salário mínimo ou múltiplos dele veriam seus ganhos crescerem menos;
- Aposentados e pensionistas: o valor dos benefícios previdenciários, que são vinculados ao salário mínimo, também seria menor;
- Beneficiários do BPC: o Benefício de Prestação Continuada, destinado a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda, também seria reajustado de acordo com o novo cálculo.
Por que essa mudança?
O governo justifica a mudança na fórmula do salário mínimo com a necessidade de controlar os gastos públicos e garantir a sustentabilidade da dívida. Ao limitar o crescimento do salário mínimo, o governo espera reduzir os gastos com benefícios sociais, como aposentadorias e pensões, que são indexados ao piso nacional.
A redução no crescimento do salário mínimo pode ter um impacto negativo na economia, ao reduzir o poder de compra das famílias e, consequentemente, o consumo. Além disso, a medida pode gerar insatisfação entre os trabalhadores, que podem se sentir prejudicados pela perda de renda real.
O que dizem os especialistas?
Alguns economistas e especialistas em políticas sociais defendem que a medida é necessária para garantir a saúde financeira do país, enquanto outros argumentam que o impacto sobre os trabalhadores de baixa renda será negativo e pode prejudicar a recuperação econômica.