Empresas do setor de alimentação e hospedagem no Brasil estão adotando o boicote de empresas ao Carrefour como reação à decisão da rede francesa de suspender a compra de carnes provenientes do Mercosul. A iniciativa gerou forte desaprovação entre entidades do setor no país.
A Federação de Hoteis, Bares e Restaurantes de São Paulo (Fhoresp) criticou publicamente a medida, classificando-a como uma ação protecionista que desvaloriza os produtos do Mercosul. Segundo a entidade, a decisão do Carrefour também levanta dúvidas infundadas sobre a qualidade das carnes da região.
O posicionamento do Carrefour na França foi anunciado pelo CEO Alexandre Bompard, que confirmou o compromisso da rede em excluir carnes do Mercosul de suas prateleiras. A justificativa, divulgada nas redes sociais no dia 20, reforça a decisão de priorizar outras origens, independentemente de preços e ofertas da região.
A Fhoresp, entidade que reúne aproximadamente 500 mil empresas, condenou a postura do Carrefour, classificando-a como prejudicial à economia brasileira. A crítica surge em meio ao debate sobre o boicote de empresas ao Carrefour, que ganhou força no setor.
Para a federação, a atitude da varejista desrespeita a cadeia produtiva nacional, impactando negativamente diversos segmentos do mercado. O boicote de empresas ao Carrefour reflete a insatisfação com as consequências dessa decisão para o Brasil.
Como será a adesão ao boicote de empresas ao Carrefour no Brasil?
A Fhoresp convocou empresários de hotelaria e alimentação a aderirem ao boicote de empresas ao Carrefour como resposta à desvalorização de produtos brasileiros pela rede varejista. A entidade defende uma ação conjunta para demonstrar reciprocidade diante da postura adotada na França.
No mesmo contexto, representantes do agronegócio sugeriram interromper o fornecimento de carnes ao Carrefour Brasil. Segundo as entidades, “se não serve na França, não serve em outros países”. A nota é assinada por instituições como CNA, ABIEC, ABPA, ABAG, SRB e FIESP.
O que diz o Carrefour sobre o boicote às empresas?
O boicote de empresas ao Carrefour no Brasil surge em meio a uma tentativa da rede varejista de influenciar as negociações entre o Mercosul e a União Europeia. A postura gerou críticas de diversos setores brasileiros, que enxergam a medida como prejudicial.
O CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, direcionou um comunicado ao presidente da FNSEA, entidade que representa agricultores franceses. A mensagem reforça o posicionamento contrário ao acordo comercial, em defesa de interesses locais.
“Em toda a França, ouvimos o desânimo e a raiva dos agricultores face ao acordo de livre-comércio proposto entre a União Europeia e o Mercosul e o risco de o mercado francês ser inundado com carne que não atende às suas exigências e normas.”
O anúncio do boicote de empresas ao Carrefour no Brasil coincide com manifestações de agricultores franceses contra o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia. O movimento visa proteger o mercado interno diante da concorrência internacional.
Os agricultores alegam que carnes brasileiras e argentinas têm vantagem competitiva no mercado francês. Eles criticam a ausência de exigências ambientais e sociais similares às aplicadas dentro do bloco europeu, o que favorece a entrada de produtos a preços reduzidos.
Ministério se posiciona sobre boicote de empresas ao Carrefour
O boicote de empresas ao Carrefour no Brasil ganhou reforço após o Ministério da Agricultura repudiar declarações feitas pelo CEO da rede na França. A postura do Carrefour foi vista como um ataque direto à produção de carnes dos países do Mercosul.
Em nota oficial, o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) criticou a fala do executivo francês. A pasta defendeu a qualidade da carne produzida no Mercosul, destacando os altos padrões de segurança e sustentabilidade aplicados na região.
“O Mapa lamenta tal postura que, por questões protecionistas, influenciam negativamente o entendimento de consumidores sem quaisquer critérios técnicos que justifiquem tais declarações”, criticou o ministério na nota.”