O debate sobre a PEC das escalas de trabalho está só no começo. As 171 assinaturas necessárias foram conseguidas na última semana pela deputada Erika Hilton. Agora o texto que pode colocar um fim na escala 6×1 pode de fato ser analisado na Câmara dos Deputados.
A PEC das escalas de trabalho se tornou um dos assuntos mais comentados nos últimos dias. O texto de autoria da deputada Erika Hilton foi inspirado pelo Movimento Vidas Além do Trabalho (VAT). A busca por uma melhor qualidade de vida é uma das principais buscas do movimento.
Impacto da PEC das escalas de trabalho
Nas redes sociais mais de 60% das publicações são a favor do fim dessa escala de trabalho. No entanto, o tema ainda preocupa bastante, principalmente os empresários.
É importante lembrar que a aprovação ainda está em análise, caso seja de fato aprovada, serão criadas regras. Elas devem ser pensadas para os contratos já vigentes e para os futuros.
O texto deve ser analisado com a participação do empresariado, comentou o presidente do sindicato dos Comerciários de São Paulo e da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, ao CNN Brasil.
“A aprovação da PEC tem a capacidade de furar bolha. É uma alternativa que permite que o trabalhador tenha uma melhor qualidade de vida e ainda possa aumentar sua qualificação, o que é benéfico para ele e seu empregador”, comenta ele.
Ele ainda complementa que os empresários estão preocupados com os custos adicionais, contudo é necessário analisar o projeto para ver os impactos dele.
A especialista Laura Alvarenga, colaboradora do FDR, comenta sobre a redução da jornada de trabalho, confira.
Impactos para os empresários
Para o presidente interino da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo (Abrasel-SP), Leonel Paim, a mudança é inevitável, contudo, não do jeito que aparentemente ela está sendo proposta.
Na visão de Paim essa nova jornada deve impactar principalmente os pequenos e médios empresários. Enquanto os de grande porte devem se adequar mais facilmente.
A deputada Erika Hilton já sinalizou que não pretende defender um tipo de escala em específico, deseja abrir o diálogo sobre a redução. Porém, a defesa dela e de todos a favor da redução é que a nova escala tenha menos dias trabalhados com a manutenção do mesmo salário.
É o padrão adotado pelos país que já testaram a redução da jornada de trabalho: 100% da remuneração, com 80% do tempo de trabalho, e 100% da produtividade.
Para o trabalhador
Para o empregado a redução deve, principalmente, ajudar na melhora da qualidade de vida. Afinal, com menos tempo de trabalho os profissionais terão mais tempo de descanso e lazer.
Consequentemente a saúde dos profissionais também ser beneficiada com a redução da jornada. O que por sua vez pode ajudar às empresa, pois reduziria o número de colaboradores afastados do trabalho devido às doenças ocupacionais.
Muita gente não sabe, mas o Brasil já testou a escala de trabalho reduzida. Neste ano 20 empresas participaram do projeto piloto, que deu tão certo que acabou sendo ampliado para outros setores de algumas das empresas participantes.
- Produtividade e engajamento: 71,5% dos participantes tiveram um aumento da produtividade e o engajamento cresceu para 60,3%.
- Bem-estar: 72,8% dos trabalhadores relatam uma redução da exaustação, outros 49,6% tiveram queda na insônia e 30,5% na ansiedade. Além disso, a média de horas de sono passou de 6,7 para 7,0 por noite.
- Saúde: 7% dos participantes perceberam uma melhora na saúde física; e 77,3% também relatam que a saúde mental melhorou.
- Trabalho e cultura organizacional: 80,7% dos trabalhadores notaram mais criatividade e inovação dentro da empresa.
- Impacto social: 71,3% dos participantes mencionaram ter mais energia para família e amigos.
Nesta matéria você confere mais informações das escalas de trabalho pelo mundo.