PEC das escalas de trabalho: entenda o modelo 6×1 e como funciona em outros países

A proposta que põe fim à escala 6×1 ganhou destaque nas últimas semanas, mas na verdade já existe há alguns meses. Outros países já adotam escala reduzidas, que já foi testada no Brasil neste ano e teve bons resultados.

O Projeto de Emenda à Constituição elaborado pela deputada Erika Hilton finalmente recebeu as 171 assinaturas necessárias para tramitar na Câmara. Agora o tem poderá ser debatido e o fim da escala 6×1 pode realmente acontecer.

O que muita gente não sabe é que o Brasil participou de um projeto piloto com redução da carga horária. O modelo adotado foi inspirado em outros países que já implementaram a redução e obtiveram bons resultados.

A especialista do FDR Lila Cunha comenta sobre essa escala 6×1, confira.

Países que testam a escala 4×3

Reino Unido

O Reino Unido se tornou um dos primeiros países a iniciar os testes, em 2022, com 61 empresas participantes.

Após o fim do período de teste 92% das empresas seguiram com esse modelo de trabalho, o que aponta para o sucesso dele. 30% observaram um aumento na produtividade.

Contudo, a redução ainda não foi adotada por muitas empresas, as mais tradicionais ainda são resistentes.

PEC das escalas de trabalho: entenda o modelo 6×1 e como funciona em outros países
(Imagem: FDR)

Estados Unidos

O padrão do país é de jornada de 40 horas semanais e 8 diárias. Agora, através da iniciativa Kickstarter, diversas empresas estão testando a semana de 4 dias de trabalho.

O projeto piloto envolve até mesmo o Departamento de Polícia de Golden, no Colorado. De um lado os resultados têm sido bons, do outro a aceitação ainda não é alta.

Canadá

No país, que tem o mesmo padrão dos EUA, as empresas que testam o modelo de trabalho têm percebido um aumento da produtividade, melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

E o melhor, sem queda nos lucros, uma grande preocupação dos brasileiros.

França

A França é um dos países que mais valoriza a qualidade de vida, tendo uma das menores jornadas de trabalho da Europa, 7 horas diárias e 35 horas semanais.

Essa preocupação facilita a implementação de carga horárias mais flexíveis, diversas empresas já reduziram a jornada para 32 horas e 4 dias semanais, especialmente do setor de tecnologia.

Holanda

O padrão do país é de 8 horas diárias, mas aos poucos as empresas estão adotando uma redução da jornada com manutenção da remuneração integral. A NMBRS e a NXT LVL são exemplos que deram certo.

Aliada a política interna das empresas, o governo holandês também incentiva essas iniciativas.

PEC das escalas de trabalho: entenda o modelo 6×1 e como funciona em outros países
(Imagem: FDR)

África do Sul

A redução no país começou em 2022, desde então 28 empresas já adotam a semana com 4 dias de trabalho. No país o governo já avalia a regulamentação da jornada reduzida, no entanto, ainda encontra resistência de alguns setores.

Chile

No Chile, a jornada de trabalho tradicional é de 8 horas diárias e 45 horas semanais. O país recentemente introduziu a “Lei das 40 Horas“, que visa reduzir a carga horária semanal para 40 horas, mas sem reduzir o salário. A implementação do modelo de 4 dias de trabalho, com 32 horas semanais, é um objetivo a médio prazo.

Algumas empresas, principalmente no setor privado, já experimentaram a redução de carga horária, e os resultados foram positivos em termos de aumento da produtividade e satisfação dos funcionários. 

Suíça

No país a redução tem sido experimentada especialmente pelas startups e no setor de TI. A implementação é gradual, mas já mostram um aumento na produtividade. Os resultados têm sido tão bons que o governo já analisa ajustes na lei trabalhista.

Brasil

O país deu início ao debate sobre a redução da escala de trabalho neste ano. O que muita gente não sabe é que essa redução já é experimentada por 20 empresas há alguns meses em um projeto piloto.

E o melhor, os resultados são bons:

Nesta matéria você confere mais detalhes sobre esse projeto piloto feito no Brasil.

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Jamille NovaesJamille Novaes
Formada em Letras Vernáculas pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), a produção de texto sempre foi sua paixão. Já atuou como professora e revisora textual, mas foi na redação do FDR que se encontrou como profissional. Possui curso de UX Writing para Transformação Digital, Comunicação Digital e Data Jornalismo: Conceitos Introdutórios; e de Produção de Conteúdos Digitais.
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