A discussão sobre a redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais, com a possibilidade de um modelo de quatro dias de trabalho, ganhou força nos últimos dias, mobilizando trabalhadores e políticos de todo o país.
Mas quais as reais implicações dessa mudança e quem seria mais beneficiado? Entenda ao longo desta matéria e neste conteúdo da especialista Lila Cunha, colaboradora do FDR.
O que está em jogo?
Uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição), de autoria da deputada Erika Hilton, busca alterar a jornada de trabalho de 44 para 36 horas semanais, sem redução salarial. A ideia é permitir que os trabalhadores tenham mais tempo livre para descanso, lazer e cuidado pessoal, além de promover um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Quem seriam os mais beneficiados?
De acordo com matéria do jornal O Globo, a mudança na jornada de trabalho impactaria diretamente diversos setores da economia, com destaque para:
- Comércio: com mais de 10,5 milhões de trabalhadores, o setor comercial é um dos que mais utilizam a escala 6×1, com jornadas de 7h20 por dia e um dia de folga. A redução da jornada beneficiaria significativamente esses profissionais.
- Serviços: setores como hotelaria, bares, restaurantes e outros serviços também utilizam escalas de trabalho, que poderiam ser ajustadas com a nova jornada;
- Outros setores: embora a jornada de trabalho varie em cada setor, a redução para 36 horas semanais poderia trazer benefícios para trabalhadores de diversas áreas, como indústria, saúde, telemarketing e segurança patrimonial.
Desafios da mudança
A implementação de uma jornada de trabalho de 36 horas semanais enfrenta diversos desafios, como:
- Adaptação das empresas: muitas empresas precisariam se adaptar para garantir a mesma produção com menos horas trabalhadas, o que pode exigir investimentos em tecnologia e reorganização dos processos;
- Impacto na economia: a redução da jornada de trabalho pode ter um impacto na economia, dependendo de como será implementada. É preciso analisar os possíveis efeitos na produtividade, no consumo e no investimento;
- Negociação com os sindicatos: a mudança na jornada de trabalho exige negociação com os sindicatos, para garantir que os direitos dos trabalhadores sejam preservados e que a transição seja feita de forma justa.