Limite do Pix altera transferências: veja alternativas para valores acima de R$ 200

O Banco Central (BC) anunciou novas medidas para fortalecer a segurança do sistema de pagamentos instantâneos, incluindo ajustes no limite do Pix. Desde o dia 1º de novembro, as transações que utilizam dispositivos não cadastrados terão um limite de R$ 200 por operação, enquanto o valor diário permitido para essas transações será de até R$ 1.000.

Outra novidade é o Pix automático, planejado para permitir pagamentos recorrentes, previsto para junho de 2025. O lançamento, inicialmente esperado para outubro deste ano, foi adiado devido a questões orçamentárias e negociações salariais entre servidores do Banco Central, que impactaram o desenvolvimento do recurso.

Essas mudanças no limite do Pix buscam fortalecer a segurança dos usuários, limitando o valor de transações em dispositivos não registrados e oferecendo novas ferramentas para proteger as operações. A implementação gradativa dessas medidas visa otimizar o uso do Pix, que já é amplamente adotado pela população.

Assim, ao trocar de celular, o usuário enfrentará um limite do Pix de R$ 200 por transação até que o novo dispositivo seja devidamente cadastrado. Para realizar transações acima desse valor, será necessário que o dispositivo esteja registrado junto ao banco.

Essa medida, no entanto, não afeta quem já utiliza o Pix em um aparelho específico e já registrado. O limite extra é válido apenas para dispositivos que ainda não foram utilizados anteriormente para transações Pix, garantindo mais segurança em trocas de aparelhos.

“Essa medida minimiza a probabilidade de fraudadores usarem dispositivos diferentes daqueles utilizados pelo cliente para gerenciar chaves e iniciar transações Pix. Isso dificultará a fraude em que o agente malicioso consegue, por meio de roubo ou de engenharia social, as credenciais, como login e senha, das pessoas”, diz o BC em nota.

Regras do novo limite do Pix para os bancos

O limite do Pix foi estabelecido para tornar as transações ainda mais seguras no Brasil, onde o sistema de pagamento instantâneo transformou o modo como se lida com dinheiro. Desde o seu lançamento em novembro de 2020, o Pix movimenta mais de R$ 2 trilhões mensalmente, com cerca de cinco bilhões de operações, consolidando-se como o principal meio de pagamento do país.

Além disso, o Banco Central anunciou novas diretrizes para reforçar a segurança do limite do Pix. Instituições financeiras precisarão implementar medidas adicionais para proteger a entrada e saída de recursos nas contas, visando garantir que as transações mantenham o padrão de segurança que se tornou um dos pilares desse sistema de pagamentos.

Para garantir a segurança nas transações e monitorar o limite do Pix, o Banco Central estabeleceu que as instituições financeiras devem adotar uma solução robusta de gerenciamento de riscos contra fraudes. Esse sistema deve utilizar as informações de segurança do Banco Central e ser capaz de identificar transações fora do perfil usual do cliente, ajudando a proteger contra operações suspeitas.

Além disso, os bancos precisam fornecer orientações acessíveis aos clientes sobre precauções contra fraudes no limite do Pix, garantindo um canal eletrônico para essas informações. Outra exigência inclui uma revisão semestral, na qual as instituições verificam na base do Banco Central se há alguma marcação de suspeita de fraude nos registros de seus clientes, reforçando a segurança contínua do sistema.

Pix automático foi adiado

O Banco Central confirmou que o limite do Pix será complementado pelo lançamento do Pix Automático, previsto para 16 de junho de 2025. A nova funcionalidade vai permitir o pagamento de cobranças recorrentes, como mensalidades e contas de serviços, de forma simplificada, funcionando como um débito automático direto no sistema Pix, ampliando o alcance do sistema de pagamentos instantâneos.

Além de aprimorar a experiência dos usuários, o Banco Central espera que o Pix Automático traga benefícios operacionais às empresas, como redução de custos com cobrança e maior eficiência na gestão de pagamentos. A estrutura padronizada eliminaria a necessidade de acordos específicos entre bancos e empresas, como ocorre no débito em conta, possibilitando maior competitividade e menos inadimplência no mercado.

O que são os pagamentos via PIX?

O PIX é o sistema de pagamentos instantâneos que opera em tempo real, com a promessa de que as transferências sejam concluídas em até 10 segundos. O sistema está disponível 24 horas por dia, sete dias por semana, até mesmo em finais de semana e feriados.

Na prática, para realizar transações financeiras através deste sistema, é preciso cadastrar o que o BC chama de “chave PIX”. A entidade pré-determinou o uso de alguns dados como chave pix, como;

  • E-mail;

  • Celular;

  • CPF;

  • Chave aleatória.

É importante explicar que, no caso específico da chave aleatória, ela pode ter prazos de validade distintos. Por exemplo, ela pode ser gerada uma única vez ou cada transação nova a ser realizada, o modelo irá depender das normas de cada instituição financeira. Lembrando que também existem pagamentos via PIX mediante a leitura do QR Code.

Uma das explicações para a alta adesão ao PIX consiste na facilidade de cobrança e pagamento por produtos vendidos ou serviços prestados. A agilidade nas transações financeiras, isenções de taxas e conveniência para pagamento via QR Code ou chave PIX também são vistas como vantagens nítidas deste sistema.

Laura AlvarengaLaura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.