Ministro nega fim mudanças na multa do FGTS e cria climão no governo Lula

Surgiram informações de que o governo federal faria mudanças na forma como o seguro-desemprego é pago, descontando uma parcela da multa do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Porém, o ministro do Trabalho negou qualquer alteração.

A multa de 40% sobre o saldo do FGTS, como o seguro-desemprego, são benefícios liberados na demissão sem justa causa. A diferença é que a multa é paga pelo próprio empregador, e o seguro vem de recursos do governo federal. 

Embora o seguro-desemprego seja provido de tributos que foram pagos pela própria empresa e alimentaram o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), o valor não saí diretamente do cofre da empresa direto para a conta do trabalhador.

Porém, o ministério da Fazenda e do Orçamento planejavam descontar o valor do seguro-desemprego da quantia paga pela multa rescisória do FGTS. A proposta, porém, gerou um climão quando o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, negou a medida. 

Qual era a proposta de desconto do FGTS para pagar o seguro-desemprego?

O objetivo do ministério da Fazenda e do Orçamento era conseguir diminuir os gastos do governo para o setor.

A expectativa era de que as alterações trouxossem economia anual de R$ 30 a R$ 50 bilhões para os cofres públicos, e assim conseguiria desafogar o orçamento do país. 

  • A proposta é usar uma parte do valor pago de multa do FGTS para fazer uma espécie de financiamento do seguro-desemprego;
  • Isso significa que o valor pago de seguro não partiria dos cofres públicos, mas sim do empregador;
  • Para a empresa o que muda é que o valor da multa rescisória seria dividido em dois benefícios, e não mais em um único pagamento;
  • Para o trabalhador a grande mudança é a diminuição no valor recebido de multa rescisória.

Ministro do Trabalho nega alteração na multa do FGTS

Na última terça-feira (22), ao ser questionado sobre as alterações na multa do FGTS, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, negou que haja discussões no ministério para tratar sobre o fim da multa rescisória.

Em uma publicação feita na rede social X, o ministro afirmou que:

o Ministério do Trabalho e Emprego NÃO cogita ou realiza QUALQUER debate sobre o fim da multa rescisória, paga ao trabalhador e à trabalhadora após a demissão, ou sobre a redução do FGTS”.

Ao fazer essa afirmação, Marinho se opõe a proposta em estudo pelos outros ministros, e pode gerar um climão no grupo de colaboradores de Lula (PT).

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com