O leilão do INSS, marcado para a próxima terça-feira, dia 22, não permitirá a participação de bancos digitais. Esse leilão envolve a gestão da folha de pagamento de aposentadorias, pensões e demais benefícios do INSS e deverá gerar R$ 6 bilhões anuais para o governo.
Uma exigência para as instituições financeiras interessadas é que elas disponham de ao menos um caixa eletrônico ou físico para o pagamento dos beneficiários. De acordo com o portal O GLOBO, quem vencer o leilão do INSS terá o direito de processar esses pagamentos pelos próximos cinco anos, a partir de 2025.
Além disso, o banco vencedor terá exclusividade, por três meses, na oferta de crédito consignado para aposentados e pensionistas que passarem a receber seus benefícios a partir de janeiro. Essa estratégia visa aumentar o interesse no leilão do INSS.
A divisão da folha de pagamento será feita por lotes, agrupando estados do país, permitindo que diferentes instituições financeiras arrematem esses lotes e se responsabilizem pelo pagamento nos respectivos territórios.
Como funcionará o leilão do INSS?
O leilão do INSS definirá quais instituições financeiras terão prioridade no pagamento dos benefícios concedidos pelo instituto entre 2025 e 2029. Estima-se que, mensalmente, o INSS distribuirá cerca de 437.322 benefícios durante esse período, resultando em uma gestão de grande escala para o banco vencedor.
Desse total, 46% dos benefícios serão permanentes, como aposentadorias e pensões, enquanto 54% serão temporários, como o auxílio-doença. O valor médio desses pagamentos deverá ser de R$ 1.824,67, representando uma operação financeira significativa no mercado.
O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, afirmou que o leilão do INSS visa assegurar um atendimento de qualidade aos beneficiários, especialmente em áreas onde a presença de agências bancárias é limitada. A expectativa é que a medida amplie o acesso aos serviços financeiros nessas regiões.
Stefanutto também ressaltou que a alteração nas regras do crédito consignado foi pensada para tornar o leilão do INSS ainda mais atrativo para as instituições financeiras. Com isso, espera-se aumentar a competitividade entre os bancos, garantindo melhores condições para os segurados.
“Vamos atender ao interesse dos segurados que querem fazer o empréstimo consignado, mantendo a competição entre as instituições, e ainda aumentar o ganho do Estado com esse objeto”, declarou.
Por que os bancos digitais ficaram de fora do leilão do INSS?
A exclusão dos bancos digitais do leilão do INSS se deve à exigência de pontos de atendimento físicos. Instituições como Nubank, C6 Bank e Inter, que operam majoritariamente via plataformas online, não possuem agências ou caixas eletrônicos, o que impede sua participação no processo.
Para muitos beneficiários do INSS, especialmente em áreas rurais ou pequenas cidades, o acesso aos serviços bancários ainda depende de agências físicas. Idosos e pessoas de baixa renda, que podem enfrentar dificuldades com tecnologia digital, são especialmente impactados pela ausência de pontos de atendimento.
A exigência de presença física visa garantir que todos os beneficiários do INSS tenham acesso seguro e fácil aos seus pagamentos, especialmente em regiões com pouca conectividade. Dessa forma, a medida protege os grupos mais vulneráveis do país.
A exclusão dos bancos digitais do leilão do INSS reflete um obstáculo significativo para essas instituições, que vêm ganhando espaço no setor de serviços financeiros no Brasil. Mesmo com o crescimento expressivo e a oferta de plataformas inovadoras, a falta de atendimento físico limita sua participação em um leilão que exige essa infraestrutura.
A exigência de pontos de atendimento físico, essencial para o leilão do INSS, impõe um desafio que os bancos digitais não conseguem superar sem grandes investimentos. Como seu modelo de negócios foca na redução de custos operacionais, a criação de estruturas físicas acaba por reduzir a competitividade dessas instituições.
Quais são os prazos do leilão do INSS?
Após o período inicial de três meses de exclusividade com o banco responsável pelos pagamentos, os beneficiários do INSS poderão transferir seu crédito consignado para outra instituição financeira. Essa medida visa oferecer mais flexibilidade e competitividade no mercado.
No leilão do INSS, os bancos interessados devem atender a certos critérios, como ter uma rede de agências robusta para lidar com o alto volume de transações. Além disso, é exigido que não cobrem tarifas dos segurados e garantam a possibilidade de o beneficiário escolher onde manter sua conta-corrente.