Enquanto o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) insiste em dizer que a greve dos servidores já acabou, alguns deles têm criado um funeral em forma de protesto. Foi isso que aconteceu na última quarta-feira (9) em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília (DF).
Em forma de manifesto, os funcionários se vestiram como caixões do INSS, e simularam um funeral enquanto circulavam pela Esplanada dos Ministérios. Eles também carregavam um balão inflável grande com a “certidão de óbito” do instituto.
Mesmo após uma reunião de representantes desses funcionários, e do Ministério de Gestão e Inovação (MGI), a greve continuou. Já são mais de 90 dias de paralisão, em que algumas agências do Instituto estão funcionando parcialmente, com horário reduzido para atendimento ao público.
No entanto, pessoas que participaram do ato de protesto em frente ao Planalto, disseram que o acordo foi firmado com sindicatos que representam menos de 10% da categoria. Ou seja, eles não se sentem representados pelas decisões que foram tomadas.
Quais servidores fazem parte da greve do INSS?
Após ação movida pelo INSS e aprovada pelo STJ (Supremo Tribunal de Justiça), durante a greve, 85% da força de trabalho deve ser mantida para atender os segurados e beneficiários, sob pena de multa diária de R$ 500 mil.
Ainda assim, estão fazendo parte da paralisação:
- Servidores que atendem nas agências do INSS;
- Servidores que trabalham em home office;
- São servidores que fazem a análise de benefícios ou seja, que avaliam e concedem aposentadorias, pensões e auxílios.
O que os servidores do INSS pedem para acabar com a greve?
Inicialmente, a justificativa para início da greve no INSS foi relacionada a um acordo que foi firmado em 2022, e que segundo os servidores, não foi respeitado pelo governo.
Conforme o tempo foi passando, os grevistas elencaram outras razões pelas quais acreditam que é necessário diminuir o trabalho. Como:
- Melhores condições de trabalho;
- Valorização da carreira de técnico do seguro social, como a exigência de ensino superior para ocupar o cargo;
- Fim da contratação de terceirizados.
O que os servidores já conseguiram com a greve no INSS?
Em agosto, representantes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinaram um acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS), prevendo acabar com a greve do INSS.
Com as reivindicações, o acordo garantiu aos funcionários a adoção das seguintes medidas:
Para o Nível Superior e Intermediário:
- Reajustes em janeiro/2025 e em abril/2026;
- Ampliação da tabela remuneratória, passando de 17 para 20 padrões;
- Acréscimo de 3 novos padrões na classe inicial da tabela reposicionando os atuais servidores, a contar de janeiro de 2025;
- Reajuste da remuneração de ingresso, a partir dos padrões iniciais;
- Alteração dos valores da GDASS, a partir da aplicação de 100% do reajuste proposto à estrutura remuneratória à citada gratificação (VB e GAE inalterados); e
- Percentual de ganho acumulado (2025/2026).
Para o Nível Auxiliar:
- Reajustes em janeiro/2025 e em abril/2026.