A volta do horário de verão tem sido um tema bastante debatido nos últimos meses. Enquanto o governo busca medidas para reduzir o consumo de energia e evitar apagões, a população se divide entre aqueles que veem a medida como uma forma de economizar e aqueles que temem os impactos na rotina e no comércio. Mas afinal, qual é o real impacto do horário de verão na conta de luz?
Estudos indicam que o horário de verão pode levar a uma redução no consumo de energia, especialmente nos horários de pico. Ao adiantar os relógios, a ideia é aproveitar melhor a luz natural e diminuir a necessidade de utilizar iluminação artificial durante as primeiras horas da noite. Essa redução no consumo poderia gerar uma economia de alguns milhões de reais para o sistema elétrico.
No entanto, especialistas alertam que essa economia não se reflete diretamente na conta de luz do consumidor. A principal razão é que o horário de verão não altera a geração de energia, apenas a forma como ela é consumida. Ou seja, mesmo com a redução no consumo durante o período da tarde, a demanda por energia continua alta em outros horários, como no início da manhã.
A especialista Laura Alvarenga, colaboradora do FDR, comenta mais sobre o horário de verão, confira.
Outros desafios
Outro fator que complica a análise dos impactos do horário de verão é a mudança na matriz energética brasileira. Com a crescente participação de fontes renováveis, como a solar e a eólica, a geração de energia se tornou mais dependente das condições climáticas. Isso significa que, mesmo com o horário de verão, podem ocorrer picos de consumo que sobrecarreguem o sistema elétrico, especialmente em períodos de seca.
Além disso, o hábito dos brasileiros de utilizar mais ar condicionado durante o verão também influencia o consumo de energia. Essa prática, combinada com a redução da geração hidrelétrica em períodos de seca, pode levar a um aumento da demanda por energia térmica, que é mais cara.