O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, defendeu novas medidas para proteger os beneficiários do Bolsa Família dos riscos associados aos jogos online. A proposta inclui estabelecer um “limite zero” para impedir que o dinheiro do programa seja usado em jogos de azar e, em casos de endividamento, alterar o titular do benefício.
Dias destacou que o foco do Bolsa Família é combater a fome e a pobreza, e que os recursos devem ser utilizados exclusivamente para esses fins. Ele reforçou a importância de criar mecanismos que assegurem o uso adequado do benefício.
Além disso, o ministro explicou que a troca do responsável familiar pelo recebimento do Bolsa Família pode ser necessária em alguns casos. O objetivo é garantir que o recurso esteja nas mãos de alguém capaz de administrar o dinheiro para as necessidades essenciais da família.
Medidas de contenção para o Bolsa Família
De acordo com dados do Banco Central, cinco milhões de beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões em apostas online via Pix, apenas em agosto. Desse total, 70% são chefes de família, que transferiram R$ 2 bilhões para plataformas de apostas, representando 67% do montante total movimentado.
Essas informações foram discutidas em uma reunião da Rede Federal de Fiscalização do Bolsa Família e do Cadastro Único, realizada na última segunda-feira, dia 30. O grupo planeja emitir uma nota técnica, destacando os riscos das apostas, principalmente para grupos vulneráveis, como os beneficiários do Bolsa Família.
Entre as ações debatidas, estão ofícios enviados ao Banco Central e outros órgãos, como os Ministérios da Saúde, Educação, e a Secretaria Nacional do Consumidor. O objetivo é investigar o impacto das apostas na saúde mental e o uso dessas plataformas para atividades ilícitas.