Retorno do horário de verão: entenda o que muda além dos horários das suas novelas

O possível retorno do horário de verão no Brasil tem causado inquietação na Globo, que se preocupa com o impacto que essa mudança poderá ter na audiência de suas novas produções. A emissora está atenta, pois sabe que não pode intervir nessa decisão, mas teme que isso afete o desempenho de suas estreias.

Retorno do horário de verão: entenda o que muda além dos horários das suas novelas. Imagem: Jeane de Oliveira/FDR

Um dos lançamentos mais aguardados é a novela “Garota do Momento”, prevista para novembro e que substituirá “No Rancho Fundo”. Historicamente, as tramas que estreiam durante o horário de verão enfrentam desafios de audiência na emissora.

No entanto, a Globo não pode alterar a data de lançamento da nova novela, uma vez que o cronograma já foi definido há algum tempo. “No Rancho Fundo” já está na fase final de gravações, o que impede qualquer mudança no planejamento atual.

A preocupação da Globo em relação ao retorno do horário de verão se estende também à programação de suas afiliadas no Norte e Nordeste. Caso essas regiões não adotem o horário, como ocorria até 2019, a emissora teme que a exibição atrasada de conteúdos afete a audiência, especialmente das novelas.

A emissora reconhece que transmitir programas com uma hora ou mais de atraso não é ideal, pois isso prejudica a experiência do público. Nos últimos anos em que o horário de verão foi aplicado, a programação foi exibida gravada nessas regiões, com exceção do “Jornal Nacional” e das transmissões de futebol ao vivo, que mantinham a sincronia.

Entenda o impacto do horário de verão em serviços diversos

Comércios e restaurantes 

O possível retorno do horário de verão em 2024 tem gerado expectativas positivas entre setores como o comércio e o de bares e restaurantes. A proposta de adiantar os relógios em uma hora é vista como uma oportunidade para impulsionar a economia, ampliando a movimentação de pessoas em horários com maior luminosidade natural.

Especialmente entre os que pretendem se aposentar aos 55 anos, a retomada do horário de verão pode ter um impacto indireto, já que o aumento da atividade econômica fortalece setores que empregam trabalhadores mais experientes.

Para bares e restaurantes, o prolongamento das horas de luz natural pode aumentar o faturamento em até 15%, conforme aponta Paulo Solmucci, presidente da Abrasel. Essa medida incentiva o lazer e o consumo após o expediente, o que pode beneficiar diretamente os profissionais que atuam nesses segmentos, incluindo aqueles que estão próximos de se aposentar aos 55 anos.

No comércio, a visão também é otimista. Claudio Felisoni de Angelo, do Ibevar, destaca que o horário de verão favorece as vendas e amplia as oportunidades de compra, criando um ciclo virtuoso para o setor de serviços e o varejo. Dessa forma, a mudança no relógio pode trazer ganhos econômicos significativos em diferentes áreas.

Bancos 

Nos bancos, o horário de atendimento ao público poderá sofrer alterações, com agências abrindo e fechando mais cedo em relação ao horário habitual. Isso ocorrerá principalmente nas regiões onde o horário de verão estiver em vigor, buscando garantir que o funcionamento esteja alinhado ao novo fuso. 

O objetivo é evitar inconsistências nos sistemas bancários que operam de forma nacional, considerando os horários de compensação bancária, transferências e operações financeiras. Já os serviços públicos, como prefeituras, departamentos de trânsito e postos de atendimento ao cidadão, também devem ajustar seus horários de expediente. 

Escolas

Entre os benefícios do horário de verão, está a possibilidade de promover atividades externas e ao ar livre durante as aulas de educação física, artes e ciências. Com mais luz natural disponível, os alunos poderão participar de atividades que estimulem o aprendizado prático e o contato com a natureza.

Além disso, essa medida pode contribuir para a melhoria do desempenho acadêmico. Estudos mostram que a exposição à luz natural pode ter efeitos positivos na concentração e na disposição dos estudantes, refletindo em melhores resultados nas avaliações.

Com o retorno do horário de verão, as escolas e instituições de ensino terão um papel fundamental na adaptação da comunidade escolar a essa mudança. A comunicação eficaz, o planejamento adequado e a consideração das necessidades dos alunos e colaboradores serão essenciais para garantir uma transição suave e bem-sucedida.

À medida que a implementação se aproxima, é vital que todos os envolvidos se mantenham informados e preparados para as mudanças que estão por vir. Dessa forma, será possível aproveitar ao máximo os benefícios do horário de verão, tanto no consumo de energia quanto na experiência educacional.

Quando será o retorno do horário de verão?

O horário de verão 2024, que tradicionalmente inicia no primeiro domingo de novembro às 00h, ainda aguarda uma definição oficial do governo. Até o momento, não há confirmação sobre o retorno da medida e sua implementação.

Em coletiva realizada na última quinta-feira, 20, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, informou que apresentará a proposta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de consultar outros ministérios, setores econômicos e o Judiciário. A expectativa é de que a decisão seja divulgada em breve.

Silveira enfatizou a importância do horário de verão como uma estratégia para promover a sustentabilidade energética, mencionando o Canadá como um exemplo positivo. Ele também tranquilizou a população ao afirmar que não há previsão de crise energética para este ano, enquanto o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) projeta a normalização das chuvas em 2024.

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Laura AlvarengaLaura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.