O horário de verão 2024 pode voltar a ser realidade após recomendação do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) ao Governo Federal, feita no último dia 19 de setembro. A proposta prevê uma economia de até R$ 400 milhões entre os meses de outubro e fevereiro.
De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o horário de verão 2024 poderá diminuir a demanda de energia elétrica em até 2,9%. Essa redução aliviaria os custos para os consumidores, pois a necessidade de acionar usinas termelétricas seria menor, garantindo maior eficiência.
O horário de verão 2024 promete trazer boas notícias para os consumidores de energia. Segundo Luiz Eduardo Barata, presidente da Frente Nacional dos Consumidores de Energia (FNCE) e ex-diretor-geral do ONS, a nova medida deve resultar em uma diminuição nos custos para os usuários.
Embora a economia pareça modesta em comparação com o volume de recursos que flui no setor elétrico, Barata enfatiza que toda redução é significativa. Para os consumidores, cada centavo economizado é uma conquista importante.
“Estamos numa cruzada pela redução da conta de energia. Então, se ela cair R$ 1 para cada brasileiro, vale a pena”, declarou.
O horário de verão 2024 pode trazer uma economia significativa para os consumidores de energia no Brasil. De acordo com Pedro Moro, coordenador de estudos de mercado da consultoria Thymos Energia, a redução de R$ 400 milhões mencionada pelo ONS representa entre 1% e 2% do total dos custos de energia durante os meses de novembro a fevereiro.
Essa expectativa é vista como um alívio para muitos brasileiros, que enfrentam altas tarifas de energia. A medida pode ser um passo importante para tornar a energia mais acessível neste período crítico.
Por que o horário de verão gera economia de energia?
A partir de 1985, o horário de verão 2024 se estabeleceu como uma prática anual com o objetivo de otimizar o consumo de energia, proporcionando mais horas de luz natural para a população. Essa mudança visava reduzir os custos com eletricidade, aproveitando melhor a luz do dia.
Contudo, a evolução dos hábitos sociais fez com que a eficácia dessa medida fosse questionada. Em 2019, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) decidiu suspender a prática, levando a um debate sobre sua real utilidade.
Agora, o horário de verão 2024 surge novamente, não por sua capacidade de economizar energia, mas como uma estratégia para maximizar o uso da energia solar, diminuindo a necessidade de acionamento de termelétricas, que são mais onerosas e poluentes.
O horário de verão 2024 é uma estratégia que visa otimizar a geração de energia a partir de fontes renováveis, como as usinas eólicas e solares. Essas fontes dependem de condições climáticas, como sol e vento, que não são constantes ao longo do dia.
De acordo com Nivalde, as usinas eólicas têm maior produção durante a madrugada e pela manhã, enquanto as solares são mais eficientes ao longo do dia. Ajustar os relógios permite que os padrões de consumo se alinhem melhor com esses períodos de geração, beneficiando a economia e o uso dessas fontes mais sustentáveis.
Durante esse período, quando a demanda cresce e a oferta de energia se reduz, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) se vê forçado a ativar hidrelétricas e termelétricas para atender às necessidades da população. Essa situação pode elevar os custos e impactar a sustentabilidade do sistema elétrico.
O retorno do horário de verão já foi aprovado?
O governo está analisando a possibilidade de reinstaurar o horário de verão no Brasil. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, declarou que o contexto será avaliado, e é provável que a proposta de retorno do horário de verão seja levada ao governo para decisão final nos próximos dias.
Silveira indicou que a volta do horário de verão pode acontecer em até 30 dias, destacando que ainda há tempo para organizar a medida. Segundo ele, a iniciativa traria impactos positivos, especialmente no horário de pico, entre 18h e 20h.
O ministro explicou que, nesse período, o Brasil deixa de contar com a energia solar e a geração eólica diminui. Isso exige o uso de energia térmica, tornando o horário de verão uma estratégia importante para otimizar o consumo de energia no país.