Dia de início do horário de verão é cobrado por esta lista de empresas que serão muito afetadas

Enquanto o setor de comércio, bares, restaurantes turismo e eventos estão animados com a volta do horário de verão, outro setor demonstrou preocupação. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve decidir até o início de outubro se haverá antecipação nos relógios. 

horário de verão
Dia de início do horário de verão é cobrado por esta lista de empresas que serão muito afetadas
(Foto: Jeane de Oliveira/FDR)

Os relógios serão adiantados em 1 hora pelo fuso horário de Brasília. Logo, os dias escurecerão mais tarde. Enquanto o pôr do sol atualmente acontece entre 17h30 e 18h00, com o horário de verão só começa a anoitecer a partir das 19h00. 

A recomendação de especialistas do setor elétrico ao presidente Lula é de que o horário de verão volte a funcionar no país. Este fuso horário foi desativado em 2019, quando a gestão da época disse que os efeitos trazidos por ele já não eram significativos. 

“O Horário de Verão deixou de produzir os resultados para os quais essa política pública foi formulada, perdendo sua razão de ser aplicado sob o ponto de vista do setor elétrico”, diz uma nota de 2019 publicada no site do Ministério de Minas e Energia. 

Neste ano, porém, com a maior seca da história do país, a ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) acredita em uma economia de 2,9% na demanda por energia elétrica. E ainda, uma redução de custos de R$ 400 milhões para os consumidores. 

Setor aéreo pede prazo maior para adaptação ao horário de verão 

Na última terça-feira (24), foi publicada uma nota pelas companhias representantes do setor aéreo no país, onde a categoria pede por no mínimo 180 dias para adaptação ao horário do verão.

O texto foi divulgado no no site da Associação das Empresas Aéreas (Abear), e afirma que este período de 180 dias (6 meses) seria o mínimo para conseguirem reorganizar a logística do transporte aéreo no país. 

No texto, as entidades não enconderam que a medida “pode ter impactos substanciais para os passageiros e comprometer a conectividade do país“. Isso porque, a partida e chegada em cidades que não atenderem ao mesmo fuso horário precisará ser alterado. 

O modelo pode trazer consequências para:

  • Reprogramação de voos;
  • Acomodação de última hora;
  • Alterações de planos de viagem dos passageiros;
  • Escala de tripulantes;
  • Disponibilidade de slots;
  • Capacidade dos aeroportos, “principalmente aqueles com restrições e escassez na alocação de novos horários”.

A nota também diz que se soubessem antes do retorno do horário de verão, todas as 40 empresas aéreas, nacionais e internacionais, conseguiriam se programar para que os voos aconteçam pelos horários previstos.

Bares, restaurantes, turismo e comércio querem volta do horário de verão 

Para outros setores, inclusive o do turismo que está indiretamente ligado ao setor aéreo, aprovam o retorno do horário de verão. É que como o dia demora mais para acabar, os passeios ao ar livre poderão ser explorados neste período. 

Por exemplo, quem ficaria até às 16h00 na praia, com o anoitecer tardio acaba ficando até às 17h, e assim fazendo outras atividades. Além da mudança no horário é preciso considerar que a época favorece esses setores, com o verão, as festas de final de ano e as férias. 

Um levantamento da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), o horário de verão pode trazer um aumento de 15% no faturamento dos bares e restaurantes. Com o happy hour depois do trabalho sendo favorecido pela luz do dia. 

O Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo) informou que o comércio também acredita na melhora das vendas. Como a noite demora mais para chegar, ao sair do trabalho com o dia ainda claro os consumidores vão para as ruas e podem usar o tempo para as compras. 

O setor de eventos também está animado. As festas diurnas tendem a ser valorizadas, com mais tempo livre para acontecer, além do clima que favorece eventos como esse. 

O aumento de luz natural oferece dias mais longos e, como isso, mais produtivos. Eventos diurnos acabam ficando mais diversificados e ampliam a oferta de festivas, encontros e happy hours“, opina Cacá Lima, diretora operacional da Abrafesta (Associação Brasileira de Eventos), ao UOL

 

 

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com