Até o fim desta semana o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve analisar e aprovar, ou recusar, a proposta de retomada do horário de verão. A medida surge após um período estendido de secas, onde o baixo nível de água está forçando as usinas hidrelétricas.
Desde 2019 os brasileiros não têm mais contato com o horário de verão. Essa técnica permite usar por mais tempo a luz do dia, já que a noite chega mais tarde. Enquanto hoje o sol se põe entre 17h30 e 18h00, no horário de verão o dia só começaria a escurecer a partir das 18h30.
Para isso, os relógios devem ser adiantados 1 hora. Quando o relógio completar 00h00 de um determinado dia, o relógio passa a marcar 01h00, e a partir disso um novo dia começa com o horário diferente.
São pelo menos cinco meses em que os relógios funcionam com o fuso-horário alterado, permitindo que os dias sejam mais longos. O método é usado durante parte do período da primavera, e enquanto durar o verão.
Algumas pessoas gostam desta medida, porque conseguem aproveitar mais a luz do dia, enquanto outras não concordam. A decisão final, porém, será do presidente Lula e em breve novas informações serão publicadas.
Projeto que propõe a volta do horário de verão
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS)é que ficaram responsáveis por apresentar para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a proposta de retorno do horário de verão no Brasil.
A proposta foi levantada porque o país vive um recorde de seca, e para os próximos dias é esperada a chegada do período do calor mais intenso para a maior parte do território nacional.
Sem chuvas, o nível de água dos reservatórios das hidrelétricas, maior fonte da energia elétrica no país, vai caindo. Além disso, o calor aumenta o uso de eletrodomésticos como o ar-condicionado e, consequentemente, aumenta o consumo de energia.
Ou seja, quanto mais seco estiver o tempo, mais energia elétrica os brasileiros consomem, e sem água suficiente as usinas são obrigadas a forçar o seu trabalho. Tanto que para setembro foi preciso acisar a bandeira tarifária vermelha patamar 1.
Com essa bandeira, há um acréscimo de R$ 4,46 no valor da conta de luz para cada 100 quilowatt-hora consumidos.
Horário de verão pode ajudar a diminuir a conta de luz?
Em 2019, primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro (PL), a gestão da época colocou fim ao horário de verão por entender que a economia de energia era baixa. A Aneel e do ONS deverão entregar para o presidente Lula estudos que indiquem se essa de fato é a melhor solução.
Acredita-se que ao permitir que os dias sejam mais longos, as pessoas conseguirão usar mais da luz do sol. O que significa que terão menos consumo de energia elétrica, ligando menos lâmpadas, tomando banhos menos quentes e etc.
“É aquele horário que o cidadão vai para casa, liga o ar-condicionado, liga o ventilador. Ele vai tomar banho, vai tomar todo mundo quase que junto, abre a televisão para assistir um jornal, para poder assistir um filme, e naquele horário nós temos um grande pico, e é exatamente no momento onde nós estamos perdendo as energias intermitentes”, disse o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
A energia intermitente é aquela produzida por fontes como a eólica e solar, que caem à noite, por causa da diminuição dos ventos nesse horário e da interrupção da luz do sol.
Considerando essas fontes de energia alternativas, o horário de verão pode ser benéfico trazendo uma pequena ajuda. Já que as fontes eólica e solar trabalhariam por mais tempo.
Quando deve começar o horário de verão?
O presidente Lula vai receber a proposta de retorno do horário de verão até o fim desta semana. Especialistas lembram que além de avaliar o impacto que a medida traz para o setor elétrico, o presidente também precisa analisar o comportamento da sociedade.
Uma pesquisa realizada pelo Reclame Aqui e pela Abrasel com 3 mil consumidores apontou que 54,9% das pessoas são favoráveis ao retorno do horário de verão no Brasil em 2024.
Para os bares e restaurantes, a mudança no fuso horário também é interessante. Especialistas observam que o comportamento dos clientes ao avaliarem que o dia continua claro é comer fora, tomar um sorvete, ir ao shopping e etc.
Caso o presidente Lula concorde com a medida, ela deve valer entre os meses:
- de outubro de 2024 até fevereiro de 2025.