Um cenário alarmante se desenha para a Previdência Social brasileira. Novas projeções demográficas indicam que o sistema previdenciário, como o conhecemos, está à beira do colapso. A combinação explosiva do envelhecimento acelerado da população e a redução drástica no número de trabalhadores ativos coloca em xeque a sustentabilidade de um sistema que já enfrenta desafios crônicos.
A pesquisa, realizada pelo IBGE e analisada por especialistas, mostra dados alarmantes para as próximas décadas. A expectativa de vida crescente, aliada a uma taxa de natalidade cada vez menor, está gerando uma pirâmide etária invertida, com uma base estreita de contribuintes sustentando um topo cada vez mais largo de beneficiários.
A especialista Lila Cunha, colaboradora do FDR, comenta mais sobre aposentadoria, confira. Saiba as regras para se aposentar em 2024 no vídeo do especialista Ariel França, colaborador do FDR.
Projeções
A projeção indica que em 2070 haverá apenas 1,3 trabalhador para cada aposentado, um abismo comparado à proporção atual de quatro para um. Esses números combinados com a informalidade generalizada do mercado de trabalho brasileiro, cria um cenário de instabilidade financeira para o sistema previdenciário.
A informalidade, que abrange milhões de trabalhadores sem carteira assinada, representa um grande desafio para a arrecadação da Previdência. A falta de contribuições regulares desses trabalhadores agrava o déficit do sistema e compromete a sua sustentabilidade a longo prazo.
Reforma
Diante desse cenário, especialistas defendem a necessidade de reformas profundas no sistema previdenciário. Entre as propostas, destacam-se:
- Ampliação da base de contribuintes: incentivar a formalização do trabalho, especialmente para os trabalhadores autônomos e de aplicativos, é fundamental para aumentar a arrecadação;
- Ajuste da idade mínima: aumentar gradualmente a idade mínima para aposentadoria, considerando a expectativa de vida crescente, é uma medida que pode garantir a sustentabilidade do sistema;
- Revisão dos benefícios: é necessário analisar os benefícios especiais e as regras de transição, buscando maior sustentabilidade;
- Mudança de modelo: alguns especialistas defendem a adoção de um modelo de capitalização individual, em que cada trabalhador teria uma conta individual para sua aposentadoria.