Mudança no FGTS pode mexer no seu sonho da casa própria

O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou na última quarta-feira, 12, o julgamento sobre a mudança no FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). O tema, listado como o segundo item na pauta, poderá influenciar significativamente o sonho da casa própria.

Mudança no FGTS pode mexer no seu sonho da casa própria. Imagem: Jeane de Oliveira/FDR

A mudança no FGTS tem o potencial de aumentar os custos dos financiamentos, afetando especialmente as famílias de baixa renda e limitando a realização do sonho da casa própria. O julgamento tem se arrastado na Corte por mais de um ano. 

Iniciado em abril de 2023 com o voto do relator, ministro Luís Roberto Barroso, a análise foi interrompida. Em novembro, o processo foi paralisado novamente devido a um pedido de vista do ministro Cristiano Zanin, buscando mais tempo para examinar a questão.

O pedido na ação busca aumentar os rendimentos das contas do FGTS, atualmente insuficientes para cobrir a inflação. Atualmente, o fundo de garantia rende a Taxa Referencial (TR) mais 3% ao ano.

No STF, está em análise a proposta de corrigir os valores do fundo de garantia com a mesma fórmula da poupança, que inclui a TR acrescida de 6% ao ano. A mudança no FGTS preocupa, pois o fundo é essencial para o crédito imobiliário de baixa renda, como o programa Minha Casa, Minha Vida

Com taxas de juros reduzidas, o FGTS torna as parcelas mais acessíveis. Essa estrutura permite que famílias de baixa renda realizem o sonho da casa própria, beneficiando-se de condições financeiras mais favoráveis.

A mudança no FGTS pode impactar negativamente o acesso à casa própria para mais de 13 milhões de famílias de baixa renda. Esse dado foi levantado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc).

Sem o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, muitas famílias mais pobres perderiam a principal fonte de financiamento imobiliário, essencial para programas habitacionais. A mudança no FGTS afeta principalmente a faixa de renda que mais depende desses recursos para crédito imobiliário. Neste artigo, eu te apresento a nova modalidade que possibilitou este formato de aquisição da casa própria

Mudança no FGTS no financiamento da casa própria

Até então, para que o trabalhador seja capaz de utilizar o FGTS nos trâmites do financiamento imobiliário, ele precisa cumprir essas regras:

Amortizar a dívida do financiamento imobiliário

Compra ou construção de imóvel

Segundo Luiz Antônio França, presidente da Abrainc, o julgamento impacta diretamente a estrutura que permite a muitos cotistas do FGTS obter financiamento ou subsídio para a casa própria.

Atualmente, 86% dos cotistas do FGTS recebem menos de quatro salários mínimos. Esse grupo é o mais afetado pelo déficit habitacional no Brasil. Três votos já foram proferidos até o momento, todos a favor da mudança no índice de correção do FGTS.

Isso visa aumentar o rendimento dos valores, uma medida que preocupa o governo federal devido aos potenciais impactos nos cofres públicos e no financiamento habitacional, que utiliza recursos do fundo.

Conheça as regras do Pró-Cotista pelo FGTS

O FGTS oferece a modalidade Pró-cotista, que não impõe limite de renda familiar. Os parcelamentos podem variar de 60 meses (cinco anos) até 240 meses (20 anos) na tabela Price, ou até 360 meses (30 anos) no SAC.

Na tabela Price, as prestações são fixas, porém com maior incidência de juros. Por outro lado, no SAC, as parcelas iniciam mais altas e diminuem ao longo do tempo devido à redução progressiva dos juros. Os trabalhadores com contas vinculadas ao FGTS podem financiar um imóvel pela linha Pró-cotista, desde que obedeçam às seguintes regras:

Laura AlvarengaLaura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.
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