O pente-fino de cadastros do Bolsa Família segue ativo mensalmente. Em nova atualização Tribunal de Contas da União (TCU), 4,7 milhões de beneficiários foram encontrados em situação de irregularidade. O número representa mais de um quinto do público do programa. Entenda o processo.
Técnicos do TCU concluíram que 22,5% das famílias não atendiam aos requisitos até maio de 2023. O dado surgiu um mês antes de medidas de correção terem sido tomadas pelo governo.
Entre as irregularidades, estão inconsistências de endereço, de renda e de composição familiar. De acordo com relatório preparado pela Folha de SP, as alterações poderiam gerar prejuízo de R$ 34 bilhões aos cofres públicos.
O que explica o cancelamento do Bolsa Família?
Algumas razões explicam o cancelamento do Bolsa Família, segundo o governo federal esse desligamento pode ocorrer devido:
- Ausência de movimentação ou saque do benefício;
- Desatualização cadastral;
- Prestação de informações incorretas;
- Renda acima da declarada.
O principal público alvo do pente-fino do Bolsa Família nos últimos tempos foram as famílias unipessoais, aquelas compostas por uma única pessoa. Isso porque, os sistemas indicaram que essas pessoas possuíam renda superior ao valor permitido de R$ 218 por pessoa.
Diante disso, grande parte desses grupos foram excluídos não só do Bolsa, mas de outros programas sociais que são acessados por meio do Cadastro Único. No caso da desatualização cadastral, a regra exige que esse processo seja feito obrigatoriamente a cada dois anos, ou sempre que houver mudança na família.
Caso seja descoberto que o representante do núcleo informou dados incorretos, o grupo é automaticamente desligado por má fé. Para descobrir é feito o cruzamento de dados do Cadastro Único com outras bases do governo.