Rotativo do cartão de crédito: Entenda nova proposta que AGRADOU o governo

Pontos-chave
  • Entenda a idéia de mudança do rotativo
  • Bancos se mostram contra mudanças

O rotativo do cartão é um dos créditos mais caros que existem no mercado atualmente. Muitas pessoas acabam se endividando justamente por usá-lo. Diante disso, estão surgindo idéias de como limitar a cobrança do rotativo e uma delas acabou agradando o governo. Veja os detalhes.

Rotativo do cartão de crédito: Entenda nova proposta que AGRADOU o governo
Rotativo do cartão de crédito: Entenda nova proposta que AGRADOU o governo (Imagem FDR)

O governo vem avaliando um plano que determina que o limite do dobro da dívida para a cobrança de juros no rotativo do cartão é o bastante para cobrir o risco da modalidade de crédito.

Neste plano, se as instituições financeiras quiserem propor uma outra saída, precisam ofertar patamares menores, sem mudar as regras do parcelamento sem juros.

Rotativo do cartão pode passar por mudanças 

O plano está sendo avaliado pelo governo. No entanto, na visão dos bancos, isto pode causar uma restrição na oferta de crédito se não for feito um novo desenho no parcelamento.

Foi  proposto recentemente pelo deputado Alencar Braga (PT-SP), em seu parecer sobre o projeto de lei do Desenrola Brasil, que os bancos recebam um prazo de 90 dias para apresentar uma proposta de redução dos juros do crédito rotativo e aprová-la no Conselho Monetário Nacional (CMN). 

Caso isso não aconteça, as taxas serão determinadas em no máximo 100% do valor da dívida. Com isso, os consumidores pagariam no máximo o dobro do valor que estão devendo. 

Bancos alegam queda no crédito

Diante deste assunto, os bancos vem alegando que esta possível limitação nos juros do rotativo sem uma alteração no parcelamento sem juros, poderia prejudicar a oferta de crédito e cartões no mercado.

Porém, essa alegação é refutada por técnicos do Executivo. Eles afirmam que esta limitação de até 100% do valor da dívida original é o bastante para dar conta da inadimplência na modalidade e até para cobrir possíveis custos administrativos.

Algumas pessoas da equipe econômica também dizem que a pasta se retirou das negociações a respeito dos limites do rotativo no cartão de crédito. 

De acordo com a apuração do portal Valor, os bancos estão se dirigindo diretamente aos parlamentares. De acordo com fontes do governo, o entendimento é de que a Fazenda tentou negociar com as instituições financeiras, no entanto percebeu que não houve boa vontade da parte deles e que não foram apresentadas propostas.

Redesenho no rotativo

Isaac Sidney, presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) afirmou ao portal Valor que seguirá em busca de  um redesenho no rotativo e no parcelado sem juros, no âmbito dos 90 dias de debate. 

“Se no fim do processo tiver somente limitação artificial de juros, há potencial concreto para que isso leve a redução da oferta do cartão de crédito, caso o teto a vigorar não for suficiente para cobrir risco e custo, e isso impacte na oferta de crédito”, disse ele ao Valor.

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, disse que o BC está em busca de formas para reduzir a inadimplência na linha do rotativo do cartão.

Entre as idéias citadas pelo presidente do BC, estão a limitação dos juros na modalidade e até mesmo o fim do rotativo. Em seu lugar, seria criado uma nova linha com juros mais amenos.

É esperado que até o fim deste ano, esta alternativa mais barata chegue aos consumidores do país. 

Parcelamento sem juros 

De acordo com a Febraban, o parcelamento sem juros nas compras efetuadas no cartão de crédito será mantido.

Esta confirmação foi dada depois que Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, expôs um incômodo da instituição com o atual sistema de financiamento por cartão, que autoriza o parcelamento de compras em até 12 vezes sem juros.

De acordo com uma nota da Febraban publicada pelo g1, “não há qualquer pretensão de se acabar com as compras parceladas no cartão de crédito”.

Foi dito ainda que ela que participa de “grupos multidisciplinares” para verificar, de um lado, as razões dos juros praticados e alternativas para um redesenho do rotativo do cartão e, do outro lado, o aprimoramento do mecanismo de parcelamento de compras.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.