Os juros rotativos do cartão de crédito têm as maiores taxas do mercado e são um dos grandes responsáveis pelo superendividamento no Brasil. Dados do Banco Central de junho mostram que os juros do rotativo foram, em média, de 437,3% ao ano.
O crédito rotativo é oferecido ao consumidor quando ele não paga o valor total da fatura do cartão de crédito até o vencimento. Então, aquele valor excedente que não foi pago é jogado para a fatura do mês seguinte. Além disso, é acrescido de juros, e somado ao valor que já estava previsto para aquela parcela.
Conforme o ranking mais recente divulgado pelo Banco Central, em julho, as instituições financeiras variaram a cobrança entre 0,63% ao mês (7,78% ao ano) e chegaram a cobrar até 22,05% a.m. (992,43% a.a.).
As taxas enormes acontecem porque a cobrança é feita com base em juros compostos. Isso é, juros sobre juros, aumentando o valor da dívida exponencialmente.
Rotativo é usado quando o consumidor não faz o pagamento total da fatura.O valor que ele não paga após o vencimento da fatura entra no rotativo. Assim, passam a ser cobrados juros sobre o valor que faltou pagar.
O governo busca uma solução para reduzir os juros e a inadimplência da modalidade. Dados do BC mostram que a taxa de inadimplência no rotativo foi de 49,1% em junho.
Quais as taxas do rotativo do cartão de crédito cobradas pelos 5 maiores bancos?
Os dados são do ranking divulgado pelo Banco Central e as taxas são fixada pelas próprias instituições financeiras.
- Caixa Econômica Federal: 11,13% ao mês (254,97% a.a.)
- Bradesco: 14,17% ao mês (390,34% a.a.)
- Itaú: 16,74% ao mês (540,77% a.a.)
- Nubank: 13,48% ao mês (356,18% a.a.)
- Banco do Brasil: 15,33% ao mês (453,5% a.a.)
O parcelamento do cartão de crédito vai acabar?
Haddad disse na segunda-feira (14) que os juros do rotativo do cartão de crédito não podem continuar como estão. Segundo ele, foi estabelecido um prazo de 90 dias para resolver o problema da taxa.
Em nota, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) afirmou que não há chance de acabar com as compras parceladas sem juros no cartão de crédito. “Nenhum dos modelos em discussão pressupõe uma ruptura do produto e de como ele se financia.”
A federação defendeu que o cartão de crédito deve ser mantido como “relevante instrumento para o consumo, preservando a saúde financeira das famílias.”