Governo ignora importantes dados do Bolsa Família e coloca auxílio da população em risco

Desde que assumiu o comando do país e trouxe de volta o Bolsa Família, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu alguns compromissos. Entre eles, o de que faria valer as exigências e condições para se manter dentro do programa. Acontece que segundo dados públicos, o governo sequer tem acompanhado dados importantes que ajudam a manter essas condições.

Governo ignora importantes dados do Bolsa Família e coloca auxílio da população em risco
Governo ignora importantes dados do Bolsa Família e coloca auxílio da população em risco (Imagem: Marcos Rocha/ FDR)

Usando a Lei de Acesso a Informação, foram acessados dados do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS). Em que foi possível perceber que hoje o governo federal não consegue acompanhar a frequência escolar de um quarto das crianças e adolescentes beneficiários do Bolsa Família. Sendo que este é um critério determinante para continuidade dos pagamentos.

As regras indicam o mínimo de frequência escolar que as crianças devem seguir a depender da sua idade. Mas, segundo os dados que foram acessados, de quase 19,2 milhões de pessoas que deveriam ser acompanhadas pelo poder público, não havia informações sobre 5,2 milhões, o que representa 27,47% desse público. Os dados são referente ao mês de maio deste ano.

O MDS foi procurado pelo portal g1 que pediu explicações sobre o caso. As informações repassadas à imprensa é de que o governo está ciente sobre o caso, mas diz ter herdado essa situação ainda do comando de Jair Bolsonaro (PL).

Isso porque, segundo a Pasta para acompanhar o Bolsa Família é preciso contar com a união entre municípios e estados. Mas, segundo o Ministério essa relação “foi desmantelada” na gestão anterior, o que fez “com que as condicionalidades deixassem de ser prioridade dentro do programa de transferência de renda“.

Qual a frequência escolar exigida pelo Bolsa Família?

Segundo as regras do Bolsa Família, as crianças e adolescentes que não cumprirem com a frequência escolar estipulada para sua idade correm sérios riscos de serem cortadas do programa. A lei determina o segundo período mínimo para cada grupo:

  • Frequência escolar mínima de 60% para as crianças de quatro a cinco anos; e
  • Frequência escolar mínima de 75% para os beneficiários de seis a 18 anos incompletos que não tenham concluído a educação básica.

Em sua defesa, o Ministério do Desenvolvimento Social afirmou que o Ministério da Educação (MEC) assumiu o sistema de registro escolar dos estudantes beneficiários. E ainda, que está desenvolvendo o cruzamento de dados do Inep com o Cadastro Único para melhorar este acompanhamento.

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com