Para quem está pensando em comprar a casa própria, o custo do financiamento é uma questão fundamental. Isso porque a compra é um gasto que compromete a renda mensal de uma família, por um período longo. Com a queda da selic, avalie se este é o momento para comprar o tão sonhado imóvel.
O crédito imobiliário é aquele, de todos os créditos, que está mais intimamente ligado à variação da Selic. O fato é que, com a queda da Selic e a melhora da atividade econômica, deve aumentar a demanda por imóveis. Isso pode levar a uma alta de preços das propriedades.
Porém, no Brasil, estudos mostram que os efeitos de variações da Selic levam tempo. Normalmente, entre três e seis meses para serem sentidos no mercado de crédito
“Não é porque o juro caiu agora que amanhã você vai pedir um financiamento imobiliário e ele vai estar mais barato, é um processo que leva alguns meses”, comenta a chefe de economia da gestora de recursos Rico Investimentos, Rachel de Sá.
Claudia Yoshinaga, coordenadora do Centro de Estudos em Finanças da FGV (Fundação Getulio Vargas), observa que as taxas que devem responder mais à queda de juros são as com garantias mais fortes, como o crédito imobiliário e para compra de veículos.
É hora de comprar imóveis financiados?
O crédito imobiliário tem uma garantia real forte (em geral, o próprio imóvel). Isso faz com que essa seja a modalidade de crédito com menor spread. O spread significa a diferença entre o que o banco paga de juros a um investidor e o que ele cobra de juros em um empréstimo.
Porém, que essa relação não é linear. A taxa média do financiamento variou entre uma faixa de 7% a 12% ao ano, comparando durante a pandemia até julho. Enquanto a Selic foi de uma mínima de 2% ao ano para 13,75% no mesmo período.
Ou seja, a variação dos juros do crédito imobiliário é menos ampla do que a da Selic. Isto é, o juros do crédito imobiliário variam 1 ponto a cada 2 pontos de variação da Selic.
“Com a Selic indo de 13,75% a 12% no final do ano, se a expectativa do boletim Focus do Banco Central se confirmar, será uma queda de 1,75 ponto em quatro reuniões do Copom“, diz Alberto Ajzental, coordenador do curso de Negócios Imobiliários da FGV.
Mas, mesmo com isso, a dica do especialista é, se aparecer uma boa oportunidade, não espere os juros caírem para financia-ló. “A compra de um imóvel não pode ser feita com uma visão imediatista, se a família achar uma boa oportunidade, deve comprar sim”, diz Ajzental.