O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está revoltado com a situação do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A autarquia então decidiu adotar novas medidas drásticas visando melhorias no sistema, atendimento ao público, gerenciamento de benefícios e outros setores.
O motivo da revolta de Lula se refere à fila de espera do INSS, que já reúne 1,8 milhão de pedidos aguardando pela análise. Neste sentido, medidas já foram adotadas, como a implementação do Programa de Enfrentamento à Fila da Previdência Social (PEFPS).
A iniciativa, lançada na última semana por meio de uma Medida Provisória (MP), trata-se de um programa criado com o objetivo de auxiliar na redução da fila de espera. Na prática, os servidores do INSS serão bonificados pela agilidade na análise dos pedidos de benefícios.
Cada servidor do INSS poderá apreciar até 15 processos extras por dia. Além disso, já está prevista a realização de um mutirão no prazo de nove meses, podendo ser prorrogado por mais três. Esta ação prevê o pagamento do bônus por processo concluído, podendo quase dobrar o salário do servidor com um adicional máximo de R$ 10.064 por mês.
“Os processos estão sendo priorizados de acordo com o tempo de espera. Só estão sendo analisados os processos acima de 45 dias e os mais antigos têm prioridade”, afirmou o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.
Fila de espera do INSS
Atualmente, há 1,79 milhão de solicitações de benefícios e perícia médica à espera de análise do INSS. Segundo o Portal da Transparência Previdenciária, 64% dos pedidos estão na fila há mais de 45 dias, dos quais:
- 24% aguardam de 45 a 90 dias;
- 27% de três a seis meses;
- 11% de seis meses a um ano;
- 2% esperam há mais de um ano.
Servidor de carreira do INSS, Stefanutto tomou posse à frente do órgão há apenas duas semanas, no lugar de Glauco Fonseca Wamburg, que foi demitido por suspeita de promover uma “farra” de passagens aéreas com dinheiro público. A troca também ocorreu em meio a críticas do presidente Lula às longas filas de espera por benefícios.
“A minha presidência é para humanizar a fila. Humanizar a fila é saber que não tem um CPF ali; tem uma pessoa que, se ficar mais de um mês sem receber, vai ter dificuldade. Desde a elaboração do plano de governo, com o qual eu colaborei, havia um desconforto muito grande (por parte do presidente Lula) com essas pessoas na fila”, disse Stefanutto.