Comparado ao mês passado, em julho menos pessoas ganham acesso ao pagamento do Bolsa Família. O governo federal tem feito sucessivos cortes na lista de contemplados, voltado a pessoas que estão com dados desatualizados no Cadastro Único e deixaram de corresponder aos requisitos de acesso.
Embora o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) tenha dado destaque ao fato de 300 mil novas famílias terem sido aceitas no programa Bolsa Família em julho, o corte dos outros inscritos não passou despercebido. Em junho foram 21,2 milhões de famílias contempladas, enquanto em julho o número caiu para 20,9 milhões. Menos 300 mil grupos contemplados.
Os cortes no programa social começaram em janeiro desse ano quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu o comando do país. Desde então, pelo menos 2,7 milhões de cadastros foram excluídos com a justificativa de que deixaram de cumprir com os requisitos que dão acesso ao benefício.
Nos 3 meses que antecederam as eleições, o governo de Jair Bolsonaro (PL) aprovou 3,7 milhões de novos cadastros no Bolsa Família chamado até então de Auxílio Brasil. Com o início do pente-fino no Cadastro Único foi descoberto que a maioria dos aprovados eram de famílias unipessoais, aquelas composta por apenas uma pessoa. A suspeita é de que um mesmo grupo se dividia para que pessoas da mesma família recebessem o auxílio social.
Quem está sendo cortado do Bolsa Família?
Comparado a dezembro de 2022, quando haviam 21,6 milhões de grupos recebendo Bolsa Família, houve corte de 700 mil cadastros até o mês de julho. Os Estados da Bahia e do Rio de Janeiro foram os que tiveram a maior redução no número de beneficiários. Na Bahia foram 107 mil beneficiários a menos, e no Rio de Janeiro, 105 mil.
Podem ser excluídos do Bolsa Família aqueles que:
- Ultrapassam renda familiar de até R$ 218 por pessoa da família;
- Ultrapassam renda familiar de até R$ 606 por pessoa da família que dá direito de receber metade do auxílio;
- Estão com dados no Cadastro Único desatualizados;
- Não mantiveram a frequência escolar das crianças, e a vacinação.
“(…) na atualização do cadastro, encontramos muita gente com renda elevada, alguns chegando a R$ 10 mil de salários, R$ 14 mil… outros que comprovadamente já morreram, ou unipessoais que, na verdade, eram de uma mesma família e fizeram outra inscrição para receber também. E assim foram desligados 2.700.000. Por isto a redução!”, disse Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento Social.