Em uma ação emergencial, o governo federal resolveu antecipar o programa de negociação de dívidas. O Desenrola Brasil foi oficializado por meio de uma portaria publicada pelo Ministério da Fazenda em 28 de junho. Inicialmente, a expectativa era de que o programa ficasse disponível apenas a partir de setembro.
A estimativa do Ministério da Fazenda é que 70 milhões de pessoas sejam beneficiadas pelo Desenrola Brasil. O programa foi anunciado logo no início do comando de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente do país, e recebeu como principal idealizador o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Tudo porque, o número de inadimplentes no país tem crescido consideravelmente.
Segundo levantamento da Serasa, em abril deste ano haviam pelo menos 71,44 milhões de pessoas com algum tipo de débito que restringiu seu nome. Especialistas acreditam que a fase de pandemia que influenciou no desemprego e baixa ocupação, além da diminuição de renda e aumento da inflação, são fatores que ajudam a explicar o crescimento de devedores no Brasil.
Estar endividado impede a solicitação de crédito no mercado (cartão, cheque ou empréstimo), não permite a livre movimentação financeira. E ainda, ficar recebendo cobranças diariamente é razão para estressar milhares de pessoas. Diante de tudo isso, o Desenrola Brasil deve servir como um alívio financeiro para quem pretende fazer acordos e diminuir as dívidas atreladas ao seu nome.
Quem pode negociar dívidas no Desenrola Brasil?
Começa na segunda-feira, 17 de julho, a primeira etapa do Desenrola Brasil. A princípio o governo havia informado que em julho os credores e bancos fariam seu credenciamento para participar das negociações, oferecendo descontos e condições de acordo. O governo selecionaria as instituições com as melhores propostas, e somente em setembro as negociações começariam.
No entanto, resolveu antecipar o início do programa para julho, funcionando da seguinte forma:
- O Desenrola Brasil começa em 17 de julho;
- Vale para acordos apenas com dívidas feitas em bancos;
- Os próprios bancos deverão lançar plataformas de contato com o cliente que deseja aderir a negociação;
- A medida vale apenas para quem tem renda no máximo R$ 20 mil por mês;
- Os acordos serão para dívidas contraídas até 31 de dezembro de 2022;
- Descontos podem chegar a 90% do valor original para pagamento à vista, ou parcelamento em até 96 vezes;
- Dívidas de até R$ 100 serão perdoadas.
