Os brasileiros ficaram animados com o programa dos carros populares, que trouxe descontos para veículos de até R$120 mil. Mas será que, apesar destes descontos, este é um bom momento para financiar um veículo?
Na semana passada, o Banco Central definiu que a taxa Selic seria mantida em 13,75% ao ano. Esta decisão sinalizou que a autoridade monetária ainda não estabeleceu um horizonte de quando os juros passarão a cair.
Carros populares: vale a pena fazer um financiamento neste momento?
É esperado que o custo dos financiamentos venha a cair em um cenário de queda de juros. A redução da Selic está diretamente ligada na prática ao custo dos financiamentos de veículos.
Isto acontece pois as instituições financeiras, encarregadas da oferta desse tipo de financiamento, geralmente repassa uma parcela dos cortes da Selic às taxas cobradas nos contratos, deixando o pagamento das parcelas mais suave e aumentando o acesso da população.
Por conta disso, é sempre mais vantajoso iniciar um financiamento quando a Selic está mais baixa.
Mas é claro que a decisão de comprar um carro novo vai depender da necessidade de cada um e do dinheiro disponível para isso.
Caso a pessoa precise comprar um carro urgentemente e necessite de um financiamento, pode aproveitar o desconto oferecido atualmente, mas irá pagar juros mais elevados. Mas caso possa esperar, esta é a dica.
“Não ceda à tentação do desconto, se não tem o dinheiro todo para a compra. Se vai financiar, espere: o juro mais barato no longo prazo é mais benéfico do que o desconto momentâneo”, disse ao InfoMoney Ana Renata Navas, diretora-geral da Cox Automotive do Brasil, dona da KBB.
De acordo com Antonio Jorge Martins, especialista no setor automotivo e coordenador da FGV, 60% das compras de carro zero-quilômetro são realizadas através de financiamento. “O programa do governo vem para compensar esse juro alto e reduzir o valor do carro e incentivar a compra”, disse ele ao InfoMoney.
Pagamento à vista vale a pena
Mas, no caso de pessoas que tem como pagar o carro à vista, este momento pode ser muito bom. “Se o consumidor não precisa do valor agora e não vai precisar de um financiamento para efetivar a compra, o desconto pode ser um bom negócio. Mas sabemos que essa fatia é muito pequena no país”, disse Antonio Martins ao InfoMoney.