Mais uma alta preocupante no bolso do consumidor. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estima um aumento de 6,9% na conta de luz em 2023. O índice foi apresentado pelo diretor-geral da agência, Sandoval Feitosa, durante uma audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado Federal.
De acordo com Sandoval Feitosa, a conta de luz deve passar por reajustes médios. Provavelmente, a região com maior impacto será no Norte, cujo aumento será de 17,6%. No Nordeste, a projeção é de um ajuste em torno de 7,9%. Já nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, as altas devem ser de 6,5%, 5,7% e 4,5%, respectivamente.
“A tarifa média no Brasil para 2023 tem uma perspectiva de ser reajustada em 6,9%, em média, como já falado. Há regiões com tarifas maiores”, disse.
O custo da conta de luz na região Norte costuma ser o mais alto de todo o Brasil. O motivo está relacionado à baixa densidade demográfica, bem como dos investimentos mínimos feitos por empresas privadas entre o período de 2018 a 2020.
Sistema de bandeiras tarifárias tem influência na conta de luz
Feitosa explicou que os consumidores não irão arcar com nenhuma tarifa extra na conta de luz, as famosas bandeiras tarifárias. Inclusive, a bandeira verde tem sido mantida desde o mês de abril de 2022, não gerando nenhuma cobrança adicional.
“Já estamos desde o ano passado sem acionamento das bandeiras. Este ano não teremos acionamento das bandeiras e temos boas perspectivas para o ano que vem. Isso dá uma melhor percepção para o consumidor”, afirmou.
O que é o sistema de bandeiras tarifárias?
O sistema de bandeiras foi criado em 2015, com o objetivo de manter o consumidor brasileiro ciente sobre o consumo de energia elétrica, bem como sobre a situação por todo o país.
Cada uma das cores: verde, amarela e vermelha, indicam a gravidade e respectiva cobrança extra no valor final sinalizado ao consumidor. Veja os percentuais cobrados na prática:
- Bandeira verde: não há cobrança extra;
- Bandeira amarela: sofre acréscimo de R$ 1,874;
- Bandeira vermelha patamar 1: R$ 3,971;
- Bandeira vermelha patamar 2: R$ 9,492;
- Bandeira de emergência hídrica: R$ 14,20.
Quando a bandeira de escassez hídrica vigorou de setembro de 2021 a 15 de abril de 2022, o consumidor pagava R$ 14,20 extras a cada 100 kWh.
O Sistema Interligado Nacional é dividido em quatro subsistemas: Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte. Praticamente todo o país é coberto pelo SIN. A exceção são algumas partes de estados da Região Norte e de Mato Grosso, além de todo o estado de Roraima.
Atualmente, há 212 localidades isoladas do SIN, nas quais o consumo é baixo e representa menos de 1% da carga total do país. A demanda por energia nessas regiões é suprida, principalmente, por térmicas a óleo diesel.