Investigação apontou gasto irregular durante o Governo Bolsonaro e associado aos Yanomamis. Além da compra de itens que não fazem parte do cotidiano dos indígenas, também houve a compra de produtos que nunca chegaram às aldeias. Entenda o caso.
Novas investigações mostras que durante o Governo Bolsonaro foram realizadas compras indevidas que somam R$ 4,4 milhões. O valor foi supostamente destinado à compra de itens para os Yanomamis, no entanto, alguns pontos foram desrespeitados e itens não foram entregues.
Governo Bolsonaro investiu nos Yanomamis?
Supostamente o valor foi direcionado a compra de cestas básicas que seriam destinadas às tribos indígenas. No entanto, itens como sardinha e linguiça calabresa foram inseridos, mesmo não fazendo parte da dieta dos Yanomamis.
“Os yanomamis não comem sardinha nem calabresa”, informou a coordenadora da Frente de Proteção Etnoambiental Yanomami, Elayne Rodrigues Maciel.
A ação do Ministério Público de 2021 ouviu a responsável pelo órgão da Funai com atribuição exclusiva sobre a Terra Indígena Yanomami.
Na ocasião o Ministério Público pediu a condenação da união, o que foi feito.
No entanto, uma nova compra de sardinha e linguiça foi feita e ainda maior do que a anterior.
Além disso, o Estadão também apurou que a Funai comprou 19 toneladas de bisteca afirmando que enviaria aos Yanomamis, o que não foi feito.
Bolsonaro sabia sobre avanço dos garimpos
Documentos obtidos pelo UOL mostram que em agosto de 2022, a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) entregou ao Ministério da Justiça um relatório sobre o avanço dos garimpos nas terras Yanomamis.
No entanto, para não atrapalhar a sua campanha de reeleição, o relatório foi engavetado pela equipe do então ministro Anderson Torres em menos de 48 horas após sua entrega
O resultado disso foi a morte de diversos indígenas e a subnutrição de muitos outros. Em reunião posterior, o vice-presidente falou sobre o assunto e a necessidade de deflagração de uma operação, no entanto, afirmou não ter verba para isso.
“Entrou período eleitoral, estava com grande dificuldade de recursos nos ministérios. Uma operação custa dinheiro porque tem que mobilizar aeronave, hora de voo, trazer gente de vários lugares do país. Ela não é barata. Não foi feito pedido formal nenhum, já tínhamos feito várias operações [na Amazônia]. […] Em áreas inóspitas e mais afastadas como é a TI Yanomami requer uma mobilização maior de meios e de pessoal”, afirmou Mourão.
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