Santander faz projeções preocupantes envolvendo o futuro do Nubank

O Nubank está atualmente entre os maiores bancos do país e vem se firmando na preferência do público. No resultado do quarto trimestre do ano passado, um dado importante chamou a atenção do mercado. Entenda.

Santander faz projeções preocupantes envolvendo o futuro do Nubank
Santander faz projeções preocupantes envolvendo o futuro do Nubank (FDR)

No quarto trimestre de 2022, o indicador ROE da operação brasileira do Nubank foi o que mais impressionou o mercado. 

A fintech obteve um ROE de incríveis 40%, o dobro do retorno sobre o patrimônio líquido obtido pelos grandes bancos tradicionais do país, e que já é tido um dos mais elevados do mundo todo.

Santander contesta resultado no Nubank

Na visão do Santander, a história não é bem assim. O banco alega que estes 40% obtidos pelo Nubank está lotado de pegadinhas e que o ROE normalizado da fintech para sua operação brasileira é bem mais baixo, em torno de 11%.

Ao Brazil Journal, o analista Henrique Navarro destacou três pontos que impactaram de forma positiva este retorno do NUbank no 4º trimestre e que devem ser ajustados para proporcionar um melhor entendimento do negócio.

O primeiro ponto levantado são as provisões para inadimplência, que estavam baixas para o patamar de risco do portfólio de crédito do Nubank. No trimestre, as provisões da fintech responderam por 12% do total da carteira de crédito. Na visão do Santander, esse patamar deveria ter ficado em 13% e crescendo até atingir um total entre 15% a 20%.

Já o segundo ponto destacado por Navarro é o capital que foi colocado na operação nacional do Nu, considerado baixo para a importância do negócio no país. Para o Santander, a fintech aloca apenas um terço de seu capital na operação brasileira da empresa, mesmo que ela seja responsável por 90% das receitas.

“Isso não faz o menor sentido. Acreditamos que seria justo que a operação brasileira representasse pelo menos 80% do capital alocado (ou cerca de US$ 4 bilhões)”, disse o analista ao Brazil Journal.

Já o terceiro e último ponto levantado é se os gastos podem estar sendo “bookados” de maneira mais contida na operação nacional do Nu, apesar do Santander não tenha visibilidade a respeito  deste ponto,  uma vez  que o Nubank não fornece o breakdown dos gastos por região.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.