Desenrola: Programa de renegociação de dívidas segue com esta dúvida

O Desenrola é o programa de renegociação de dívidas que o governo Lula está preparando para os brasileiros. A expectativa era que o programa tivesse sido lançado em fevereiro, no entanto ele vem enfrentando dificuldades e atualmente segue sem data de lançamento. 

O programa tinha um desenho robusto, com um montante de até R$20 bilhões como garantia. Mas, esta garantia caiu pela metade, somente R$10 bilhões. O governo espera a conclusão do sistema ao passo que o cenário macroeconômico se deteriora, diante da falência de bancos internacionais e de problemas no mercado nacional.

Diante de tudo isso, este programa se mostra ainda mais relevante para ajudar as famílias mais humildes, que sofrem com altas dívidas. 

O ministro da Fazenda Fernando Haddad, afirmou que além do Desenrola, o governo vem preparando 17 medidas de aperfeiçoamento do sistema de crédito, com previsão de lançamento no mês que vem.

Ele anunciou ainda que dentro do programa Desenrola, os bancos poderão utilizar créditos tributários para renegociar as dívidas dos consumidores inadimplentes da faixa de renda acima de dois salários mínimos.

“Pode ser que não tenha sido o tamanho desejado. Mas o fundo garantidor vai dar garantia para as operações de renegociação da dívida para as famílias de até dois salários mínimos. Justamente é o elo mais frágil ali da cadeia. É o que realmente tem que ser resgatado. Ainda que não seja o que se almeja, já ajuda muito a base da pirâmide e isso eu acho muito favorável”, disse a presidente executiva da Apimec (Associação dos Analistas do Mercado de Capitais), Lucy Sousa à coluna de Mariana Londres do UOL.

Melhorando a situação enfrentada pela base da pirâmide, o governo faz com o mercado de crédito não se deteriore ainda mais. No entanto, ainda na visão de Lucy, o cenário ainda inspira cuidados, em especial sobre o setor de varejo.

“Quando os bancos fecham um pouco a torneira do crédito para esse setor, é muito preocupante. Pois é um setor que depende do crédito tanto para os fornecedores, quanto para o cliente dele. E acaba impactando na base da pirâmide porque chega lá no cliente que está indo comprar uma geladeira. Ele já não consegue comprar a geladeira”, explicou.

Entre na comunidade do FDR e receba informações gratuitas no seu Whatsapp!

Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.