Na última sexta, 10, Bernard Appy, secretário extraordinário para a reforma tributária do Ministério da Fazenda, afirmou que a reforma tributária que o atual governo tem a intenção de sugerir ao Congresso ainda este ano tem força para elevar o PIB em, pelo menos, 10% ao longo dos próximos dez anos ao retirar a cumulatividade de impostos. Saiba mais.
Ao longo de todo esse período, a economia do Brasil pode acrescentar no mínimo 10% a mais de crescimento. “É uma estimativa até baixa. Pode ser bem mais do que isso”, afirmou ele no evento da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham), segundo o Valor Investe.
O secretário esteve presente no evento junto com o deputado Reginaldo Lopes (PCdoB/MG), que está à frente do grupo de trabalho da reforma tributária, e do deputado Vitor Lippi (PSDB/SP), integrante do mesmo grupo de trabalho.
Aguinaldo Ribeiro (PP/PB), que é relator da reforma tributária na Câmara, também participou do evento através de video chamada. Todos eles procuraram explicar os pontos que estão sendo debatidos e conquistar o apoio dos associados da Amcham como forma de fortalecer o apelo em torno de uma possível aprovação da reforma que ainda será apresentada pelo governo.
Appy, em uma entrevista concedida ao Valor, contou os detalhes do que tentou resumir no evento da última sexta.
Quando foi perguntado pelo público sobre a possibilidade de inserir algum tipo de crédito para o setor de serviços na reforma tributária, o secretário disse isso que não faria sentido. “Precisa tomar muito cuidado com essa coisa de prestação de serviços porque há várias categorias. Por exemplo, alguém consegue explicar porque hoje aluguel de automóvel paga menos imposto do que venda automóvel sendo que é a mesma atividade econômica. Não posso favorecer um setor gerando distorções”, afirmou ele.
Logo depois, Appy indicou que incentivos como desonerações devem ser reservados a setores mais sensíveis, como por exemplo a saúde e educação. “É óbvio que terão algumas questões (incentivos) nos setores de saúde e educação, mas discutir isso para todo o setor de serviços de forma ampla não faz nenhum”, disse ele ao Valor.
“Estamos confiantes de que (a substituição e criação do IBS) será aprovada no segundo semestre e que, com esse cenária, a reforma sobre a renda virá logo depois”, complementou Appy.