Um estudo realizado pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidas), da Fiocruz Bahia, evidenciou como o Bolsa Família gerou impactos importantes na vida das mulheres brasileiras. De acordo com os dados apurados, a taxa de mortalidade teve uma queda significativa.
(Imagem: FDR)
O instituto Fiocruz Bahia apurou o risco de morte entre mulheres em situação de vulnerabilidade social. O resultado foi uma taxa geral de proteção de 18% em torno das seguradas do Bolsa Família.
Os dados pautaram a tese de doutorado da epidemiologista Flávia Jôse Alves, cuja pesquisa evidencia o importante papel social do programa na saúde materno-infantil.
Na década de 1990, por exemplo, a cada 100 mil nascidos vivos, 120 mães iam a óbito em virtude do pacto. No ano de 2023, este número caiu drasticamente para 69, de acordo com um relatório elaborado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Anos mais tarde, em 2019, a taxa de mortalidade caiu para 57, embora tenha aumentado para 107 em 2022.
Diante dessas informações, foi realizado um cruzamento de dados do Sistema Nacional de Nascidos Vivos (Sinasc) junto ao Sistema de Informação sobre Mortalidade.
Na oportunidade, a pesquisa também apurou as condições de 7.912.067 milhões de mulheres que entraram em trabalho de parto de 2004 a 2015. Neste período, 4.056 foram a óbito.
A análise a respeito do tempo de cobertura, bem como o impacto na saúde mostra que as mulheres em trabalho de parto já recebiam o Bolsa Família de um a quatro anos. Neste cenário, a taxa de proteção para a morte materna foi de 15%.
Enquanto isso, os grupos familiares amparados pelo programa entre cinco a quatro anos conquistaram um fator de proteção de 30%. Esses dados indicam que o recebimento do Bolsa Família atua na construção de uma condição de vida melhor para as mulheres, elevando as chances de sobrevivência.
Relevância do Bolsa Família para as mulheres
O Bolsa Família é um programa de benefício condicionado que exige das mulheres a realização de uma quantidade mínima de consultas pré-natal. Além disso, exige que as crianças inscritas tenham frequência escolar e sejam acompanhadas por serviços de saúde.
Também é necessário que elas sigam o calendário vacinal (criado em 2003). O estudo observou mulheres que receberam o benefício condicionado durante toda a gestação e os filhos que nasceram vivos.
“O que a gente sabe é que as principais causas de morte estão associadas a morbidades como hipertensão e diabetes gestacional, fatores podem ser devidamente controlados com intervenção adequada durante a gestação. O Bolsa Família condiciona as mulheres a realizarem exatas consultas, fazendo com que elas estejam mais expostas aos cuidados ofertados nos serviços de saúde”, aponta a pesquisadora.