Inflação cresce em fevereiro. Confira o que contribuiu para este aumento

Em fevereiro, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), índice que mede a inflação oficial do Brasil, cresceu 0,84%, superando a alta de 0,53% registrada em janeiro. Com isso, o resultado do mês passado ficou acima da mediana esperada pelo mercado, de 0,78%. Saiba o que mais contribuiu para este aumento.

Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o IPCA tem uma alta acumulada de 1,37% nos primeiros dois meses do ano.

Porém, o indicador desacelerou a alta acumulada em 12 meses até fevereiro para +5,60%, de +5,77% no mês anterior. Este resultado também veio maior que o da mediana projetada pelo mercado, de +5,53%.

É importante ressaltar que a inflação ficou acima do teto da meta do Banco Central para 2023, de 3,25%.

No mês passado, oito dos nove grupos pesquisados no IPCA passaram por alta. O único grupo que caiu foi o do segmento de vestuário (-0,24%), o que representa o seu segundo mês seguido de queda.

O que contribuiu para este resultado 

No mês de fevereiro, a inflação foi puxada por três grupos principais. A variação mais alta foi oriunda do segmento de educação, que cresceu 6,28% em fevereiro. Esta alta reflete os reajustes que geralmente acontecem no começo do ano letivo.

Logo depois, aparecem os grupos Saúde e cuidados pessoais (1,26%). Este grupo sentiu os reflexos da alta de 2,80% dos itens de higiene pessoal. Por fim, o segmento de Comunicação cresceu 0,98%.

“Fevereiro é sempre muito marcado pela educação, pois os reajustes efetuados pelos estabelecimentos de ensino na virada do ano são contabilizados nesse mês. Normalmente, essa alta de educação fica indexada ao próprio IPCA, ou seja, o reajuste das mensalidades é baseado na inflação do ano anterior”, disse Pedro Kislanov, gerente da pesquisa ao UOL.

Confira a inflação dos grupos pesquisados pelo IPCA:

Inflação nos grupos pesquisados

Grupo Variação (%) Impacto (p.p.)
Alimentação e bebidas 0,16 0,04
Habitação 0,82 0,13
Artigos de residência 0,11 0,01
Vestuário -0,24 -0,01
Transportes 0,37 0,07
Saúde e cuidados pessoais 1,26 0,16
Despesas pessoais 0,44 0,04
Educação 6,28 0,35
Comunicação 0,98 0,05

O IPCA  é calculado pelo IBGE desde 1980 e se refere às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos, que moram em áreas urbanas.

O índice considera para mapeamento do aumento, diminuição ou estabilidade geral nos preços, os custos com alimentação e bebidas, habitação, saúde, transportes, educação, e outros.

Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
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