Inflação leva brasileiros a trocar o almoço por esse tipo de alimento

Em todo o Brasil, os consumidores vem sentindo os reflexos da inflação em praticamente todos os produtos, especialmente nos alimentos. Diante dos altos preços, as pessoas estão se vendo obrigadas a mudar sua alimentação fora de casa como forma de economizar. Diante dessa situação, um tipo de alimento vem ganhando espaço.

Cada vez mais, as pessoas estão substituindo as refeições completas pelos famosos salgados, como coxinhas, empadas e esfihas. Também estão sendo mais consumidos os salgadinhos de pacote. Foi o que revelou um estudo feito pela Kantar, empresa de dados, insights e consultoria.

O levantamento mostrou que as classes sociais menos abastadas são que mais sofrem com isso. Entre os anos de 2019 a 2022 (período antes da pandemia e pós a fase mais grave da doença), o consumo de salgados entre os que comem fora de casa cresceu 35,7% entre as classes D e E, grandes responsáveis pela alta do índice geral.

“A crise está afetando mais o consumidor humilde. Prova disso é que vemos um movimento das pessoas começarem a buscar uma alimentação um pouco mais barata, deixando de gastar fora de casa e optando pelas marmitas e lancheiras”, disse Hudson Romano, gerente sênior de consumo fora do lar da Kantar ao G1.

Segundo a pesquisa, os salgados prontos, que eram a escolha de 11% do total de entrevistados no ano de 2019, agora são a preferência de 15% da população geral. Ao mesmo tempo, a preferência por refeições completas caiu de 7% para 4% no mesmo período. A pesquisa ouviu 4 mil pessoas de todas as regiões do Brasil.

“O consumidor, quando está na rua, vem diminuindo sua frequência de compra de pratos, afetando consequentemente o volume desse tipo de consumo. Quando esse consumo cai, ele acaba aumentando sua frequência de compra e consumo de salgados”, explicou Romano ao G1.

Os snacks estão se tornando cada vez mais a escolha para o café da manhã e lanche da tarde. Segundo a pesquisa, o crescimento do consumo de salgados nessas refeições foi de 89% entre 2019 e 2022. Paralelo a isso, foi detectada uma queda de 61% no mesmo período para refeições no almoço.

“Os números mostram que essa movimentação vai além dos momentos de lanche. O maior foco, agora, está em matar a fome. O consumidor vem usando o salgado – que antes era muito atrelado a sabor e hábito – como forma de se saciar com produtos mais baratos”, finalizou o gerente da Kantar ao G1.

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Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
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