O deputado federal eleito pelo estado de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) fez uma doação de R$28,4 mil, oriundos do seu auxílio mudança, em prol das ações sociais realizadas pelo Padre Julio Lancellotti. O padre é co-fundador da Pastoral da Criança e ajudou na criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
O auxílio mudança é cedido para todos os parlamentares, sejam eles deputados ou senadores, referente à gastos de mudança para a capital do país, Brasília. Não é o caso de Boulos, mas até os deputados reeleitos receberem este auxílio. O valor bruto deste benefício é de R$39,5 mil.
O que disse Boulos?
Em vídeo divulgado em sua conta oficial no Instagram, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) se retratou sobre o caso:
“Nada mais justo do que direcionar simbolicamente esse valor (R$ 28,4 mil) ao louvável trabalho social do padre Julio. A solução do abandono da população em situação de rua depende de políticas públicas, mas ações solidárias são fundamentais no curto prazo”. “Sempre fomos contra os privilégios e vamos continuar sendo.”
Quem é o padre Júlio Lancellotti?
O padre Julio Lancellotti ficou conhecido por defender o direitos dos mais pobres e pela realização de muitas ações sociais ao decorrer da pandemia; um caso emblemático foi em 2021, quando o padre foi fotografado com uma marreta, destruindo blocos de cimento que impediam o descanso dos moradores de rua.
Na época, o padre chamava a medida de por blocos para evitar que os moradores de rua dormissem como “arquitetura hostil”. Ainda em 2021, o ex-presidente Jair Bolsonaro vetou um projeto, conhecido popularmente como “Lei Padre Julio”, que visava a promoção de conforto para os desabrigados.
Recentemente, a prefeitura de São Paulo foi vetada de fazer a retirada das tendas e barracas utilizadas com intuito social, de abrigo, pelos moradores de rua. Medida vem seguida após projeto apresentado em conjunto com participação de Guilherme Boulos, padre Julio e outros ativistas.
“A prefeitura vem colocando em prática ações de zeladoria nas quais tem removido não apenas lixo ou entulho, mas sobretudo pertences pessoais e as barracas desmontáveis ou outras formas de abrigos provisórias que as pessoas em situação de rua venham a estabelecer, que são utilizadas como último abrigo e refúgio para quem tem de passar as noites dormindo nas ruas da cidade”.