Ações desta empresa caem 33% e estão ‘respirando por aparelhos’

MOGI DAS CRUZES, SP — Os últimos dias não estão sendo nada fáceis para uma empresa que viu suas ações despencarem de maneira assustadora. Ontem, 2, as ações até chegaram a se recuperar no começo do dia, mas perderam fôlego rapidamente.

Estamos falando da Hapvida (HAPV3) que na sessão desta quinta não conseguiu se reerguer da queda de cerca de 33% na véspera. As ações da empresa conseguiram crescer 2% no início do pregão, mas perderam embalo muito rápido, mesmo com alguns analistas enxergando a queda registrada na quarta, 1º, como exagerada. Diante disso, os papéis da Hapvida fecharam o dia de ontem com queda de 3,31%, a R$2,92.

Apenas no pregão desta quinta, o valor de mercado da empresa despencou de R$ 32,07 bilhões para R$ 21,57 bilhões, o que significa uma queda de cerca de R$ 10,5 bilhões. Os papéis da companhia reagiram de forma negativa aos resultados do quarto trimestre do ano passado, que foram revelados pela Hapvida na última terça, 28.

Este movimento foi encarado pelo Morgan Stanley como uma reação exagerada, mesmo que as margens da companhia tenham desapontado. “A recuperação deve ocorrer de forma mais demorada e gradual, mas vai acontecer eventualmente”, disse o relatório da casa, de acordo com o InfoMoney.

A grande utilização no quarto trimestre preocupa e o ano atual parece fraco, diante de um cenário macroeconômico complicado. Fora isso, existe a possibilidade de implementação do novo piso da enfermagem, bem como integrações pendentes de operações de M&A (fusões e aquisições).

“Ainda assim, acreditamos que as margens se recuperarão à medida que os preços melhorarem a a sinistralidade for reduzida durante o ano, com sinergias de negócios menores adquiridos e procedimentos eletivos retornando aos níveis pré-pandêmicos”, afirmou o relatório do Morgan, segundo o InfoMoney.

“Margens deprimidas por um tempo não são boas notícias, mas continuamos a ver margens mais altas no longo prazo, uma vez que as integrações estejam concluídas.”

Na visão dos analistas do Morgan Stanley, os executivos da Hapvida não passaram uma mensagem clara de recuperação, o que quer dizer que o problema da sinistralidade pode ser algo mais do que um tropeço trimestral. No entanto, na avaliação do Morgan, a administração conseguiu dar alguma cor sobre como as margens devem se recuperar de agora em diante.

Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.