C6 Bank está passando por momento ‘delicado’. Enteda o que está em jogo

Pontos-chave
  • C6 Bank enfrenta reclamações graves de funcionários
  • Cobrança de taxa não agrada clientes

O C6 Bank está entre os principais bancos digitais do país e chegou para movimentar ainda mais este mercado. No entanto, a fintech vem enfrentando um momento turbulento com relatos de funcionários sobre a rotina de trabalho e as cobranças de tarifas que passarão a ser feitas para os clientes. Entenda o que está acontecendo com o C6.

C6 Bank e a insatisfação de funcionários 

Em uma reunião realizada pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, ontem, 23, os empregados do C6 Bank relataram com detalhes as promessas que foram feitas quando entraram no banco e a difícil rotina de abusos que vivenciaram dentro da empresa.

O banco utiliza como forma de nortear sua conduta e de seus funcionários o termo “ambiente frescobol”, que significa “contribuir com a construção de um ambiente colaborativo, onde a coletividade e os relacionamentos duradouros são valorizados, tanto entre clientes, quanto colaboradores”. A empresa também cita valores como ética, transparência e respeito.

Na teoria tudo é muito bonito, mas a rotina de trabalho no C6 Bank é muito diferente do que a instituição quer pregar, de acordo com relatos dos funcionários. 

“Convidamos os trabalhadores do C6 Bank para a reunião inicialmente para entender melhor a onda de demissões no banco, esclarecer dúvidas, orientar os demitidos e definir os próximos passos da nossa ação sindical. Porém, o que constatamos foi a necessidade destes bancários de desabafar sobre os inúmeros abusos dos quais foram vítimas no banco”, disse Neiva Ribeiro, secretária-geral do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região ao portal SP bancários.

“Muitos destes trabalhadores saíram de outros empregos, até mesmo de grandes bancos, para trabalhar no C6 Bank, acreditando em promessas de melhores condições de trabalho e maiores rendimentos. Porém, foram surpreendidos por uma rotina de abusos e, por fim, demitidos por telefone, em ligações que não duraram nem mesmo um minuto”, complementou Neiva.

Abusos cometidos pelo C6 

Os funcionários que participaram da reunião relataram, entre outras coisas, problemas como:

  • Pressão absurda e constante pelo cumprimento de metas abusivas
  • Horas extras exaustivas, sem o devido pagamento
  • Enquadramento dos trabalhadores como cargos de gestão, para evitar pagamento de horas extras.
  • Ausência de controle de jornada

“É completamente absurdo, desumano e ilegal o cenário de desrespeito aos direitos narrado pelos bancários do C6 Bank. O Sindicato se colocou a disposição dos trabalhadores para assessoria jurídica individual e irá avaliar se medidas coletivas poderão ser tomadas para beneficiar os bancários que já deixaram o C6 Bank e também para exigir que o banco regularize suas condutas, para garantir o cumprimento da legislação e preservação dos direitos e da saúde daqueles que ainda seguem no banco”, enfatiza a secretária-geral do Sindicato.

O que fazer em casos como este 

Em casos como este, a orientação do sindicato é que os trabalhadores entrem em contato a entidade. É assegurado o sigilo.

Os bancários podem entrar em contato com o Sindicato por meio da Central de Atendimento remota, pelo (11) 3188-5200, via chat, e-mail e WhatsApp (11 99930-8483), canais que funcionam das 9h às 18h.

Cobrança de taxas 

Entre as vantagens oferecidas pelos bancos digitais, as famosas fintechs, é a ausência das famosas taxas que são cobradas pelos grande bancos tradicionais. No entanto, isso não será mais um diferencial oferecido pelo C6 Bank.

Nesta semana, a fintech começou a notificar os clientes através do aplicativo e por e-mail que, a partir de abril, as contas estarão sujeitas a uma tarifa de R$ 4,00 por mês.

O C6 respondeu alguns clientes afirmando que a cobrança dependerá do tipo de conta”. “Hoje, não temos taxas para clientes pessoa física com pagamento, porém, a partir de abril de 2023, haverá a tarifa de R$ 4,00 por mês relacionado ao uso e disponibilização dos serviços C6 Bank”.

Atualmente, o banco oferece os seguintes tipos de conta

  • Conta corrente;
  • Conta pagamento;
  • Conta C6 Yellow;
  • Conta C6 Empresas;
  • Conta C6 MEI

O portal Seu Dinheiro contatou o C6 e o banco confirmou as alterações nas contas bancárias de pessoas físicas. De acordo com o banco, a cobrança de taxa será apenas para as contas pagamento,  modelo que permite apenas transações em débito.

No entanto, existem algumas formas de não pagar esta taxa. As condições são:

  • Gastar a partir de R$ 500 no débito por mês;
  • Fazer investimentos a partir de R$ 1.000 pelo C6 Invest — plataforma de investimentos do banco digital
  • Contratar qualquer plano acelerador de pontos C6 Átomos ou seguro C6 Bank.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.