A situação atual do litoral norte de São Paulo é devastadora e o pesadelo vivido por moradores e turistas está longe do fim. No entanto, mesmo diante de tanta desgraça, existem aqueles que se aproveitam da situação para lucrar. Comerciantes das cidades atingidas pelas fortes chuvas estão cobrando preços absurdos por itens básicos como água e remédios e turistas estão pagando pequenas fortunas por voos particulares para sair da região.
Diante dos altos preços dos produtos, o Procon de São Paulo emitiu um alerta aos comerciantes do litoral paulista que vem cobrando preços abusivos em itens de primeira necessidade, como alimentos, remédios, água e combustíveis.
Em alguns comércios, o pack com 12 garrafas de 500 ml de água está custando R$ 93. Entre as denúncias coletadas pelo equipe da Globo, estão algumas que dizem que o café está sendo vendido a cerca de R$ 30 e macarrão e repolho a R$ 20.
“Recebemos vídeos de moradores de algumas localidades falando em galão de água, que custa entre R$ 10 e R$ 15, sendo vendido por R$ 40. O café, normalmente R$ 16 ou R$ 18 por quase R$ 30. O macarrão e até o repolho por R$ 20. Se flagrarmos esses abusos, vamos prender em flagrante como prevê a lei, autuar e multar. As multas podem ser bem altas, variam de acordo com o faturamento da empresa”, disse presidente do Procon em São Sebastião, André Luiz Batelochi de Araújo ao Globo.
Voos para turistas a R$30 mil
No caso dos turistas que acabaram ficando praticante ilhados no litoral, eles estão tendo que desembolsar até R$30 mil por voo de helicóptero.
O portal g1 registrou um desses resgates de turistas realizados por helicópteros particulares na última terça, 21. As pessoas sobem até o heliponto do Sertão de Camburi, em São Sebastião. O local é perto da Vila do Sahy, uma das mais atingidas.
De acordo com relatos dos turistas, cada helicóptero chega a cobrar entre R$ 20 mil e R$ 30 mil para transportar oito pessoas de São Sebastião para São Paulo. Os helicópteros estão saindo da capital em direção ao litoral.
“Eu trabalho em banco. Tenho casa em Camburi há muitos anos. Perdi toda a minha casa, alagou… cortei meu pé. Meu carro eu também perdi. São oito empresários que estão pagando a aeronave”, afirmou ao g1 o bancário Flávio Prado.