Bolsa de Valores: Ações de frigoríficos sofrem quedas expressivas por conta deste motivo preocupante

O cenário já era desafiador para os frigoríficos após um quarto trimestre de 2022 fraco, de acordo com projeções do mercado e com a aproximação da gripe viária do Brasil. No entanto, se já não bastasse isso, um novo problema prejudicou ainda mais a situação e fizeram as ações dos frigoríficos cair até 8%.

O Ministério da Agricultura confirmou um caso de vaca louca em um animal que estava localizado em uma fazenda no Pará, fato que gerou mais incertezas para o setor.

Com isso, ontem, 22, também com uma sessão negativa para o Ibovespa, que registrou uma queda de cerca de 2%, as ações do setor tiveram uma queda acentuada no geral.

Os papéis da BRF (BRFS3) despencaram 6,71%, a R$ 6,40, Minerva (BEEF3) terminou o dia  com perdas ainda mais significativas, de 7,92%, a R$ 11,40, JBS (JBSS3) passou por baixa de 4,33%, a R$ 17,91, ao passo que a Marfrig (MRFG3) caiu 4,71%, a R$ 6,27. BRF, mesmo não tendo tanta exposição, também obteve perdas significativas após três sessões de alta e em meio a revisões recentes dos números da companhia para baixo.

De acordo com as autoridades brasileiras, o caso relatado parece atípico, o que normalmente quer dizer que foi autodesenvolvido em animal mais velho, o que elimina o risco de surto da doença no Brasil.

De acordo com o Itaú BBA, isto seria um caso de grande preocupação se o gado doente tivesse sido contaminado ao ingerir farinha de carne e ossos feita de outros animais que desenvolveram espontaneamente a doença.

Esta doença atinge o cérebro de bovinos, bubalinos, ovinos e caprinos. A doença pode ser transmitida através do consumo da carne contaminada, podendo levar seres humanos à morte. Sendo assim, existe um controle sanitário extremamente rígido para prevenir e controlar os casos ligados à patologia.

Em um relatório elaborado por analistas do Itaú BBA, os episódios antigos da vaca louca atípica no país impactaram de forma variada a cadeia de abastecimento de carne bovina da América do Sul, dependendo da duração da proibição sanitária das exportações.

As autoridades do Brasil têm historicamente suspendido as exportações de carne bovina para a China como uma medida preventiva para assegurar que os casos relatados sejam atípicos e não causem mais problemas para as vendas brasileiras de carne bovina.

Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.