O cartão de crédito é um dos meios de pagamentos mais utilizados pelos brasileiros. Ao mesmo tempo que ele é muito prático e tem diversas funções interessantes, é preciso muito planejamento e cuidado para não tornar toda essa praticidade em um cenário caótico!
De acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), em 2022, em 25,1% das transações com cartão de crédito os clientes pagaram juros, sejam do rotativo ou do parcelamento do cartão.
Nas demais 74,9% de transações, não houve a cobrança de juros, seja porque clientes pagaram à vista pelo cartão de crédito ou pagaram em dia as faturas com compras parceladas.
Vale lembrar o quanto é importante lembrar que os juros do sobre as operações utilizando o cartão são um dos mais altos do mercado brasileiro. Segundo dados do Banco Central, os juros do rotativo fecharam o ano de 2022 em 409,3%. No caso do parcelado do cartão, os juros foram de 182,4% ao ano.
Segundo os dados da Abecs, em um prazo de pouco mais de 10 anos, o uso do cartão de crédito com juros caiu. Em dezembro de 2011, por exemplo, ele correspondia a aproximadamente 31,8% das transações.
Segundo o presidente da Abecs, Rogério Panca, essa queda veio devido ao maior cuidado de alguns emissores na concessão de crédito, especialmente em momentos de economia mais retraída, como foi o caso do vivido durante a pandemia. Assim, o acesso passa a ser maior para aqueles consumidores mais propensos a pagar em dia suas faturas.
“Quando olhamos os emissores preocupados em não ter uma superoferta de crédito, pensando em uma melhor discriminação na concessão do crédito, você tem um perfil de consumidor mais adequado à sua realidade de renda e consumo que paga sua totalidade da fatura à vista”, afirma Panca.
Aumento da inadimplência do cartão de crédito
Entretanto, mesmo assim a inadimplência do cartão vem subindo. De acordo com um levantamento do órgão, em dezembro do ano passado, a inadimplência da pessoa física no Brasil chegou a 5,9%, enquanto a do cartão fechou o ano em 7,7%. Como comparativo, em dezembro de 2020, a inadimplência do cartão de crédito era de apenas 4,1%.
Para a Abecs, um dos principais motivos para a alta da inadimplência é o aumento progressivo dos preços, que influenciam diretamente na inflação. “O setor de cartões continua com o devido rigor nas novas concessões, a fim de manter a inadimplência sob controle”, afirma a associação.
Por fim, a associação aponta que o rotativo do cartão de crédito só representava 3% do endividamento das famílias brasileiras no ano passado. A maior parte dos débitos viria de financiamentos imobiliários, com 35,3% do total; do crédito consignado (22,9%); de outras linhas (18,2%); de crédito para aquisição de veículos (10,8%) e do crédito não-consignado (9,7%).