Presidente da Caixa faz declarações inesperadas sobre a taxa de juros

Maria Rita Serrano, presidente da Caixa Econômica fez duras crítias envolvendo a atual taxa básica de juros brasileira, a Selic.

Serrano criticou a permanência da taxa de juros Selic em 13,75%, após a reunião do Copom do Banco Central. Ela disse em uma entrevista concedida ao Jornal O Globo, publicada ontem, 14, que o patamar atual da taxa “traz um problema ainda maior para a Caixa”.

Na visão de Rita, os bancos concorrentes levam vantagem nesse cenário de juros elevados por investirem no mercado financeiro. “Já a Caixa, por ser um banco social, tem que investir em crédito, a gente vem tendo restrições em algumas operações porque precisa orçamento para isso. A taxa de juros muito alta penaliza mais a Caixa e os clientes”, disse ela na entrevista.

Ao ser perguntada sobre se concordava com as críticas feitas por Lula a respeito da alta da taxa Selic, Rita afirmou que a taxa está bem alta e ressaltou que uma das funções do Banco Central é se atentar a geração de empregos.

“Não falo com relação ao presidente do BC, mas a política de definição da taxa de juros é algo que precisa ser olhado com mais atenção porque você acaba agudizando a crise econômica”, disse Rita.

A presidente da Caixa disse ainda que a instituição passa por problemas em operações e tem restrições decorrentes do orçamento. “Encontramos um banco desestruturado, com sérios problemas em tecnologia, falta de investimentos”, disse Rita. 

No entanto, ela disse que a Caixa não possui problemas de liquidez, mas contará com limites de operações por conta do resultado mais contido e da maior necessidade de investimento em determinadas áreas.

Em entrevista concedida ao programa Roda Viva, da Tv Cultura, o presidente do BC, Roberto Campos Neto afirmou que a autoridade monetária tem foco no bem-estar social ao falar sobre a razão da taxa Selic ter sodo mantida em 13,75% ao ano.

A nossa agenda toda do Banco Central é [pensando] no social. Então, a gente acredita que é possível fazer fiscal junto com o bem-estar social. Mas a gente acredita que é muito difícil ter bem-estar social e inflação descontrolada porque a inflação é um imposto que afeta muito a classe média baixa:, disse ele na entrevista.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.