A ex-presidente Dilma Rousseff pode estar próxima de assumir o cargo de presidente de uma instituição financeira que fomenta as ações do grupo BRICS, formado por algumas das principais economias emergentes do planeta.
De acordo com informações da jornalista Mônica Bérgamo, o atual ministro da Fazenda do governo Lula, Fernando Haddad, já começou as negociações com o atual ocupante do cargo, Marcos Troyjo, para que ele renuncie para que Dilma assuma o posto de Presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD).
Ferrenho opositor de Lula, Troyjo foi indicado, pelo ex-ministro da Economia do governo Bolsonaro, Paulo Guedes, ao cargo ainda em 2020. Assim, o seu mandato na instituição teria validade até 2025.
Ele tinha sido fundador do BRICLab, centro de estudos sobre Brics na Universidade de Colúmbia (EUA).
Anteriormente, Troyjo ocupou o posto de comentarista de economia da rádio Jovem Pan, e chegou a se referir ao petista como “presidiário” em participações na emissora.
Vale lembrar que quando Jair Bolsonaro (PL) assumiu a Presidência da República, o economista foi convidado pelo então ministro Paulo Guedes para assumir a secretaria especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia.
Dilma volta ao cenário internacional após impeachment
A relação do Brasil com os Brics é prioridade para o presidente Lula. Assim, a indicação de Dilma, demonstraria a importância que dá ao tema indicando uma aliada histórica e que goza de prestigio internacional para chefiar a instituição.
Ainda de acordo com a colunista da Folha de São Paulo, Haddad já teria conversado ao menos duas vezes com Troyjo.
Na avaliação do Ministério da Fazenda, o próprio Troyjo reconhece que a sua permanência no banco é uma saia justa e estaria disposto a renunciar ao cargo. Entretanto, há uma ala dentro do governo que acredita que o economista pode oferecer resistência para desistir da posição nos Brics.
Portanto, caso ocorra um impasse, o governo brasileiro se veria obrigado a forçar a sua saída, propondo a destituição aos demais países. Algo que já é avaliado dentro do Ministério da Economia.
Afastada de cargos políticos desde o seu impedimento, em 2016, Dilma Rousseff teria resistido à ideia de assumir o Banco do Brics, em um primeiro momento, uma vez que a sede da instituição fica em Xangai, cidade para qual um um voo direto do Brasil dura cerca de 30 horas. Assim, a ex-presidente ficaria muito distante de sua família. Algo que não era visto com bons olhos por ela.
Entretanto, diante da atual conjuntura brasileira e internacional, interlocutores do PT teriam a convencido a mudar de ideia e assumir o comando da instituição.
Questionada, a assessoria da ex-presidente diz que ela define as informações sobre sua eventual nova missão como “meras especulações”.