Brasileiro está gastando ainda mais nas compras de mercado. Confira como aliviar o bolso

Pontos-chave
  • Gastos em supermercados cresceu no último ano
  • Confira algumas dicas para economizar

De acordo com a Abras (Associação Brasileira de Supermercados), o consumo nas casas brasileiras cresceu 3,89% no último ano em comparação com 2021. Este indicador de gastos já desconta o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que fechou 2022 acumulado em 5,79%, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

As informações divulgadas pela Abras revelam o aumento real nas compras do varejo alimentar, que englobam despesas em lojas de supermercados, atacarejos, lojas de bairro, hipermercados, e-commerce e minimercados.

O levantamento da associação mostrou que os resultados foram superiores ao projetado para o ano, que era de algo em torno de 3% a 3,30%. As projeções já tinham passado por revisão em agosto depois da liberação do pacote de benefícios de R$42 bilhões pelo Governo Federal para programas de auxílios Gás, Brasil, Taxista e Caminhoneiro. 

Naquele mês, os analistas da Abras já projetavam que por volta de 50% do montante citado acima seria usado para a compra de alimentos em supermercados. “A previsibilidade nos recebimentos dos auxílios e ampliação do número de beneficiários ao longo do ano foram decisivos para a impulsionar o consumo dos gêneros alimentícios, principalmente para famílias com menor poder aquisitivo devido à elevada inflação que impactou a cesta de alimentos”, disse ao Valor Investe o vice-presidente da entidade, Marcio Milan.

Produtos mais caros da cesta básica 

As informações da associação revelam que o valor da cesta com 35 produtos de grande consumo, (alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza) fechou  o último ano com alta de 7,69%.

Sobre a cesta básica, com 12 alimentos, foi detectado um aumento de 0,39% no último mês de 2022 em comparação com novembro e em média o preço ficou em R$317,56. As quedas principais foram capitaneadas pelo leite longa vida (-3,83%), farinha de trigo (-1,76%), carne (-0,71%), queijo (-0,39), café moído (-0,31%).

No ano, ficaram entre os alimentos que mais pressionaram o valor da cesta básica a batata (+56,89), cebola (+51,10%), queijo muçarela (+48,05%), farinha de mandioca (+43,34%), refrigerante (+35,66%), farinha de trigo (+33,98%).

Na contramão, a carne bovina passou por deflação no acumulado do ano e fechou o período com queda de 4,77% para os cortes dianteiro e de 3,96 para traseiro%. Também foram detectadas outras quedas foram no biscoito cream cracker (-8,03%), leite longa vida (-4,83%), açúcar refinado (-4,55%), óleo de soja (-4,41%).

Dentro da categoria de higiene e beleza, os produtos com maior variação nos preços foram: sabonete (+27,15%), papel higiênico (+19,07%), creme dental (+15,06%), xampu (+14,72). Na cesta de limpeza, as maiores variações foram puxadas por sabão em pó (+28,93%), detergente líquido para louças (+18,10%) e desinfetante (+13,32%).

Olhando para a análise regional, a variação mais baixa no acumulado foi detectada na Região Nordeste (+6,53%), seguida pelo Norte (+8,25%), Sul (+9,12%), Centro-Oeste (+9,48%), Sudeste (12,56%).

Sobre o preço médio, a Região Sul teve em dezembro a cesta mais cara do Brasil (R$ 843,36), seguida pelo Norte (R$ 832,62), Sudeste (R$ 760,26), Centro-Oeste (R$ 703,47) e Nordeste (R$ 684,51).

O que esperar de 2023

Para este ano, de acordo com Marcio Milan, as análises da Abras apontam para um aumento de 2,5% no consumo nos lares brasileiros, ainda que a um ritmo mais ameno.

“O reajuste do salário mínimo em percentual acima da inflação, a manutenção do pagamento do Bolsa Família em R$ 600 e o pagamento de R$ 150 por criança de até 6 anos para as famílias inscritas nos programas de transferência de renda devem trazer recursos que são destinados à composição da cesta de abastecimento dos lares”, disse ao valor o vice-presidente da entidade.

Quer economizar nas compras? confira dicas especiais

  • Saiba o quanto pode gastar

Antes de sair de casa, estabeleça o quanto pode gastar no mercado. Cada família deve adequar este gasto a sua renda, ou seja, não existe uma quantia ideal. Fazendo isso, você evita imprevistos.

  • Faça uma lista

Saber exatamente o que precisa comprar deixa sua ida ao mercado mais objetiva. Desta forma, você evita o “passeio” pelos corredores e aquela tentação em pegar itens que não fazem parte das duas necessidades.

  • Observe a diferença de preços

É sempre importante quando se quer economizar, fazer uma pesquisa de preço no supermercados próximos de sua casa. Os preços podem variar muito de local para local.

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Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.