Na última terça, 24, Luiz Marinho, ministro do Trabalho, disse em uma entrevista ao GloboNews que o governo irá verificar a responsabilidade fiscal para por em prática duas promessas de campanha que estão sendo cobradas desde o inicio do ano. As promessas são a correção da tabela do IR e a valorização do salário mínimo.
De acordo com Marinho, a correção da tabela do Imposto de Renda, que não é atualizada desde 2016, vem sendo discutida com a equipe econômica e deve acontecer de maneira gradual. O ministro não descartou que alguma mudança possa ocorrer ainda este ano.
“O presidente Lula é muito responsável. O compromisso (isenção para até R$ 5 mil) é pra valer, acreditamos que é possível fazer. Estamos discutindo como começar a fazer os ‘degrauzinhos’. É possível falar de alguma correção para esse ano? Talvez seja. A economia vem trabalhando. Vai coordenar o processo. Tem esse espaço, vamos fazer. Não tem, vamos trabalhar para o ano seguinte”, disse ele na entrevista ao GloboNews.
Em sua campanha para a presidência em 2021, Lula prometeu que aqueles que ganhassem até R$5 mil por mês, ficariam isentos de Imposto de Renda, promessa que foi reafirmada na última semana em uma cerimônia com centrais sindicais no Palácio do Planalto.
Durante a transição de governo, o então coordenador do orçamento do próximo ano, senador eleito Wellington Dias (PT), que atualmente é o ministro do Desenvolvimento Social, disse que a questão não deveria ser tratada em 2023, mas sim no decorrer do mandato do presidente Lula.
Valorização do salário mínimo
Também na semana passada, o presidente Lula criou um grupo de trabalho com diversos ministérios para estruturar uma política permanente de valorização do salário mínimo.
Na entrevista dada ao canal GloboNews, Marinho afirmou novamente que o governo deve manter o patamar atual do salário mínimo, de R$ 1.302, ao menos até o mês de maio. Ele disse ainda que o valor já representa um ganho real para os trabalhadores, uma vez que a inflação no ano passado foi menor que o previsto inicialmente.
“Quando a transição, junto com o relator do Orçamento, projetou a possibilidade de R$ 1.320, tinha uma (expectativa de) inflação maior. Só com a inflação, iria para R$ 1.302, e não contava com a quantidade de pessoas que entraram em 2022 no Benefício de Prestação Continuada e na Previdência”, disse Marinho.