As Lojas Americanas sempre foram conhecidas por suas promoções envolvendo doces, salgadinhos e outros snacks. Mas alguns consumidores que estão frequentando as lojas nos últimos dias não estão encontrando os famosos descontos.
Ao passo que investidores da empresa buscam a recuperação após a queda na Bolsa de Valores, consumidores das Lojas Americanas estão a procura de grandes descontos, mas relatam que vem achando preços ainda mais altos do que de costume.
Uma equipe do jornal Folha de São Paulo se dirigiu até uma loja da empresa localizada no centro da capital para sentir como está o clima entre os clientes em meio aos últimos acontecimentos envolvendo a varejista. Mesmo que existissem filas na loja com cerca de 10 pessoas e muito entra e sai, poucos clientes fizeram compras. Dentre eles, grande parte comprou dois produtos em média, geralmente chocolates.
“Compro de tudo nas Americanas: chocolates, produtos de limpeza, fralda para os meus netos e até eletrodomésticos. Sempre tem preços bons, e nós gostamos de chocolate. Só que estou vendo a caixa de Bis por R$ 6,49, mas se comprar duas na promoção, sai o mesmo preço. Eles devem ter errado”, disse à Folha de SP a consumidora Luiza Uchoa.
Já na visão de outra consumidora, Joice Saldanha, que frequenta a loja sempre na hora do almoço comprar um chocolate, está “tudo igual”. “Não tem nada mais barato. Tem produto até que está mais caro, na verdade”, disse ela à Folha.
Escândalo Americanas
A empresa varejista Americanas, que possui 1.800 lojas físicas em todo o Brasil, se viu envolvida em um escândalo bilionário desde que o presidente da companhia se demitiu após encontrar “inconsistências” de R$ 20 bilhões no balanço.
Diante disso, a servidora pública Rosimeire Carvalho, que soube da a crise contábil da empresa e decidiu conferir se a loja estava em liquidação. Mas, ao chegar na loja, ela se frustrou. “São as promoções que sempre fizeram. Não tinha nada de especial. Comprei só uma escovinha de dentes e um chocolate”, disse ela à Folha.
“Falam tanto de privatizar tudo, mas esse [Americanas] é um exemplo de que não é forma do negócio, mas, sim, as pessoas que o administram que conta”, disse ela.