A aluna da USP, Alicia Dudy Müller Veiga, confessou, em depoimento na tarde da última quinta-feira (19), o desvio de R$ 937 mil arrecadados por outros alunos da faculdade de medicina da instituição para o pagamento da formatura.
A informação foi confirmada pela delegada Zuleika Gonzalez Araújo, que apontou que a aluna da USP cometeu o crime de apropriação indébita de parte desse valor, além de não ter explicado a diferença entre os valores, uma vez que, anteriormente, o desvio apontado havia sido de R$ 927 mil.
O que disse a aluna da USP?
De acordo com a delegada, Alicia admitiu ter retirado o valor arrecadado da conta da empresa Ás Formaturas, que havia sido contratada para administrar o montante, por achar que o dinheiro não estaria sendo bem gerido.
Dessa forma, a aluna da USP, que era a presidente da comissão de formatura, afirmou que decidiu administrar o dinheiro por conta própria, mas acabou fazendo péssimas aplicações e perdendo quase todo o montante. Assim, tentou recuperar o dinheiro através de apostas em uma casa lotérica.
Por fim, Alicia ainda colocou que parte do dinheiro desviado foi utilizado em benefício próprio, visando sustentar um padrão de vida que não condizia com a sua renda. Portanto, confessou ter utilizado o dinheiro para pagar aluguel de R$ 3,7 mil em um apartamento, pagar a taxa de um carro alugado de R$ 2 mil, além de comprar um iPad Pro avaliado em R$ 6 mil.
O que diz a polícia?
De acordo com a delegada Zuleika Araújo, a aluna da USP foi interrogada e, posteriormente, indiciada pelo crime de apropriação indébita, que tem pena máxima de quatro anos de prisão e pagamento de multa.
“Ela narrou que, num primeiro momento, teria sacado os valores porque começou a desconfiar da administração da empresa”, disse. “Sacou num primeiro momento R$ 604 mil porque pensou que poderia investir”, complementou a delegada.
De acordo com o seu depoimento, Alicia afirmou que agiu sozinha. Contudo, a polícia aponta que irá interrogar a namorada da jovem e estuda convocar os pais da aluna da USP para prestar esclarecimentos.
“Ela disse que não abre a vida pessoal para a família e que só ela tinha conhecimento dessas ações”, disse a responsável pelo caso.
Por fim, a delegada ainda afirma que Alicia irá responder pelo crime, inicialmente, em liberdade. Entretanto, Zuleika coloca que as investigações a fim de apurar se outros delitos foram cometidos irão continuar. A princípio, Alicia vai responder em liberdade.
“São 110 alunos que se esforçaram para entrar na faculdade de medicina da USP e agora estão vendo esse sonho correndo risco”, finalizou.