Fundo Imobiliário começa a sentir reflexos negativos envolvendo locação para lojas da Americanas

A atual situação da Americanas já está preocupando os donos de fundos imobiliários. O proprietário do galpão logístico que esta locado parcialmente pela Americanas na Bahia, o fundo imobiliário VBI Logístico, já mira no pior cenário a respeito do contrato que mantém com a varejista, a inadimplência.

O sócio fundador da VBI Real Estate, Rodrigo Abbud, comentou a situação durante um evento promovido pelo InfoMoney. “Eles não vão pagar os aluguéis e será um cenário um pouco difícil para quem tem Americanas como inquilino”, disse ele no evento.  “Então, neste momento, não vamos nos iludir. Nossa tomada de decisão já tem sido como se a gente tivesse o pior cenário”, afirmou Abbud, se referindo  à quebra de fluxo do pagamento da locação.

A varejista utiliza neste momento cerca de 60% dos 100 mil metros quadrados do galpão logístico do LVBI11 em Aratu, na Bahia. O contrato com a varejista responde por 7% da receita do fundo.

Em meio a expectativa de inadimplência, Rodrigo Abbud relata que o VBI Logístico está planejando trabalhar pela retomada do imóvel, comovam maneira de reduzir possíveis prejuízos.

“A coisa mais rápida a ser feita é pedir a retomada do imóvel e alugar o espaço novamente”. “Tem até um potencial de upside [elevar o valor atual da locação] na troca de inquilino”, disse ele no evento do InfoMoney.

Ele relembra que um fundo imobiliário investe em imóveis e não no risco corporativo. Ele diz ainda que o galpão localizado em Aratu, não foi construído especialmente para a Americanas e sim para atender uma demanda existente na região, fato que sinalizaria para excelentes chances de reposição do locatário.

Fora o LVBI11, ao menos outros seis fundos, entre aqueles que revelam quem são os inquilinos, possuem alguma relação com a varejista.

Ainda no evento, Rodrigo reafirmou sua defesa pelos investimentos em fundos imobiliários que, em sua vistão, sempre foram classe excelente de ativos, que trazem uma renda constante e que serve como “porta de entrada para a renda variável em diversos casos”.

“Tende a ser mais simples de se entender e, olhando para trás, é possível constatar resultados bastante interessantes. Fundos que foram lançados em 2009 ou 2010 tiveram rendimentos que bateram o CDI, com folga”, disse ele no evento do InfoMoney.

Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
Sair da versão mobile