Cartão corporativo: Qual a relação dos gastos de Bolsonaro com as motociatas?

Nos últimos dias, vem chamando a atenção os gastos efetuados pela presidência da República no cartão corporativo ao longo da governo anterior comandado por Jair Bolsonaro. Através dos gastos revelados após o período de sigilo, foi possível constatar despesas significativas com as famosas motociatas que o ex-presidente costumava promover.

Três exemplo ao menos comprovam isso. O jornal Estadão examinou registros de notas fiscais de datas próximas as famosas motociatas. Normalmente este tipo de evento estava ligado a demais compromissos da agenda presidencial, mas dúvidas acabavam surgindo a respeito dos gastos relativos a estas atividades.

Em maio de 2021, no dia anterior a uma motociata promovida no Rio de Janeiro, foram gastos R$ 33 mil em uma panificadora. Entre os dias 9 e 10 de julho do mesmo ano, na Serra Gaúcha e em Porto Alegre, foram gastos mais R$ 166 mil no cartão corporativo, em 46 despesas, sendo sua maioria com hospedagem, alimentação e combustível. Já em maio do ano passado, foi registrado outro caso em Ribeirão Preto (SP), onde foi efetuado um pagamento de R$ 16 mil em uma padaria.

De acordo com dados que foram obtidos pela agência Fiquem Sabendo, foram gastos cerca de R$27,6 milhões com o cartão corporativo. Bolsonaro não foi o presidente que mais gastou com o cartão, no entanto, foi o único a afirmar de forma pública e por diversas vezes que não o utilizava.

Mas com a divulgacão dos gastos, foi revelado que esta foi uma de suas mentiras. É importante destacar que o montante revelado pode ser mais alto, uma vez que nem todos os dados de despesas com cartão foram consolidados.

Ao longo do governo, Bolsonaro que o cartão servia para custear a equipe que o acompanhava nas viagens. “O meu particular, eu posso sacar até R$ 25 mil por mês e tomar em tubaína. Nunca saquei um centavo”, disse o ele em uma de suas lives.

Os gastos de Bolsonaro com hospedagem vai contra a postura de homem simples que o ex-presidente gostava de passar para seus apoiadores. Ao menos R$13,6 milhões foram desembolsados em hospedagem: muitas vezes em hotéis de luxo.

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Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
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